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Gula: 7 problemas relacionados ao exagero na hora de comer


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Você é do tipo que espera o estômago “reclamar” de fome para comer ou prefere fazer pequenas refeições várias vezes ao dia? A resposta para esta pergunta pode dizer muito sobre sua disposição e o ritmo do seu metabolismo. “Nosso corpo é uma máquina que usa energia o tempo todo. Por isso, não é aconselhável esperar acabar o combustível para, só então, reabastecer”, afirma a gastroenterologista Paula Volpe, do Hospital 9 de Julho.

Ao sentir muita fome, acabamos tendo um impulso de comer mais ou de forma exagerada, preferindo alimentos mais calóricos e, muitas vezes, pouco saudáveis. Essa é uma resposta natural do cérebro à falta de energia no corpo – e é aí que a gula também acaba aparecendo.

Embora seja algo relativamente comum, esse desejo insaciável que surge na hora da fome (ou da vontade de comer) pode trazer consequências desconfortáveis ao organismo. Diante disso, foi criado até mesmo o Dia da Gula, celebrado sempre em 26 de janeiro, como forma de alertar sobre os malefícios que o consumo exagerado de alimentos e bebidas podem causar à nossa saúde. Confira alguns deles a seguir:

Má digestão

“A digestão demanda tempo e energia, portanto, quanto mais comida você ingerir de uma vez só, mais energia e tempo o processo irá requisitar”, afirma o endocrinologista Frederico Marchisotti, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.

Ou seja, quando exageramos na comida, sobrecarregamos nosso estômago. Consequentemente, ele leva mais tempo para conseguir digerir os alimentos, o que pode causar má digestão e sensação de estufamento.

Indisposição

Além disso, o aumento do gasto de energia demandado pela digestão pode provocar outros efeitos em nosso organismo. Com toda a atividade energética focada no estômago, nosso corpo perde eficiência em algumas funções cognitivas, como o raciocínio. Por isso, não é incomum ter uma sensação de “moleza” e perda de foco após uma refeição mais calórica e copiosa, como uma feijoada.

Quando a digestão se inicia, o estômago e os intestinos começam a funcionar intensamente, fazendo com que o sangue se desloque, sobretudo, para esses órgãos. Se você come em excesso, portanto, esse sangue permanece concentrado por muito mais tempo na região abdominal.

“Outras partes do corpo podem ficar com a irrigação sanguínea comprometida, como o cérebro ou os músculos, gerando dificuldade de concentração, sono e até náuseas”, afirma o médico Frederico Marchisotti. Esses são alguns dos sinais do corpo para que você desacelere até que ele tenha terminado o processo de digestão.

Refluxo e azia

De acordo com a gastroenterologista Paula Volpe, o estômago é uma estrutura similar a uma câmara, que deve ficar sempre vazia. Para isso, utiliza um ácido, chamado suco gástrico, que ajuda o processo de digestão.

Esse ácido é liberado de acordo com a quantidade de comida ingerida. Ou seja, comendo em excesso, você expõe seu sistema digestivo a quadros de refluxo (volta do suco gástrico para o esôfago), que pode causar azia e sensação de queimação – especialmente quando há a ingestão de comidas gordurosas, apimentadas ou muito condimentadas.

Perda da autorregulação do apetite

Comer muito é uma prática diretamente relacionada ao hábito de comer rápido. “Isso acontece porque o estômago precisa de um tempo para enviar uma mensagem ao cérebro dizendo que está satisfeito, promovendo a sensação de saciedade”, esclarece a médica Paula Volpe.

Consumindo os alimentos rapidamente, você só recebe essa mensagem depois que ultrapassou a quantidade de comida que realmente precisava. Além de perder a noção da saciedade, ao fazer isso com certa frequência, é possível prejudicar sua autorregulação do apetite – o que, a longo prazo, pode se converter em uma atitude compulsiva, levando a distúrbios a alimentares.

Estômago sobrecarregado

O estômago é altamente elástico, formando um novo “molde” conforme a quantidade de comida que você ingere. Mas é preciso respeitar as limitações dessa flexibilidade do órgão.

Como pessoas que comem demais tendem a comer muito rápido, o estômago não consegue expandir na velocidade necessária, então, você passa mal e vomita. “Esse comportamento é muito comum em pessoas ansiosas e compulsivas e, por isso, a análise do órgão pode ajudar no diagnóstico de problemas emocionais”, afirma Paula Volpe.

Sobrepeso e obesidade

O corpo funciona como uma balança. Assim, se você consome mais calorias do que precisa, não terá outra opção a não ser engordar. “Comer em excesso sempre deixa essa balança descompensada, podendo levar ao desenvolvimento de sobrepeso e obesidade”, afirma o endocrinologista Frederico Marchisotti.

predisposição genética também é um fator importante nesse processo. Entretanto, cultivando hábitos saudáveis, é possível driblar essa tendência e viver com mais saúde.

Atalho para doenças

Como dito, uma das consequência direta da ingestão excessiva de alimentos é a obesidade. Porém, essa doença é um importante fator de risco para inúmeras outras. “Diabetes, doenças cardiovasculares, pressão alta e outros muitos problemas podem surgir por causa desse hábito. Quando o paciente se der conta disso, pode ser tarde demais”, alerta a gastroenterologista Paula Volpe.

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