Internacional
Guerra na Ucrânia completa um mês com 3,5 milhões de refugiados
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Mais de 3,5 milhões de ucranianos hoje são refugiados da guerra.
Há apenas um mês, 450 mil pessoas moravam em Mariupol. Hoje, uma cidade irreconhecível.
Há um mês, tanques russos invadiram a Ucrânia, onde agora milhões buscam ajuda humanitária.
Até um mês atrás, Daniel Detcom era DJ em Kiev. Agora, soldado, Daniel conta que luta para defender as cidades, o país, para depois, algum dia, voltar à vida normal.
O normal se tornou raro na Ucrânia desde às 5h07 da madrugada do dia 24 de fevereiro, quando as primeiras bombas começaram a cair. Os russos invadiram pelo sul, leste e norte, e iniciaram o cerco à capital Kiev.
No primeiro dia, as forças russas controlaram a usina nuclear de Chernobyl. O governo ucraniano avisou: mulheres e crianças podem deixar o país; os homens precisam lutar.
Milhares de pessoas se refugiam no subterrâneo. Larissa Myronenko foi cônsul da Ucrânia em Curitiba. Agora vive em Kiev e não pretende sair de lá.
“Cada habitante de Kiev sabe escolher e sabe onde precisa ir para proteger-se, descer.”
O barulho de explosões assusta, mas já não surpreende os moradores.
No início do mês, um bombardeio ao prédio da administração de Kharkiv deixa 24 mortos.
O fragmento de um míssil russo atinge um prédio no complexo da maior usina nuclear da Europa, Zaporizhia.
Em 9 de março, os russos bombardeiam uma maternidade em Mariupol. A essa altura está claro: os civis também são alvos.
“As forças armadas sempre respeitam regras da guerra, existem convenções de Genebra, como tratar prisioneiros, como tratar a população civil”, disse Larissa Myronenko.
Outro ataque russo a um centro militar perto da fronteira com a Polônia matou 35 pessoas. No início desta semana, um shopping center em Kiev foi reduzido a escombros.
As Nações Unidas calculam que 3,5 milhões de ucranianos hoje são refugiados de guerra. O desastre é ainda maior se considerarmos aqueles que tiveram que deixaram suas casas mas permanecem na Ucrânia.
Hoje, a Ucrânia é um país que precisa de ajuda. Inclusive da pequena Amelia, que dentro de um bunker cantou “Livre estou”, conseguiu fugir para Polônia com a avó e a mãe e, no último domingo (20) cantou o hino ucraniano para 10 mil pessoas, para levantar fundos para os refugiados.
G1.globo.com