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Greve dos caminhoneiros afeta distribuição de alimentos
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A greve dos caminhoneiros já afeta a distribuição dos alimentos no estado do Rio de Janeiro. Nesta quarta-feira, nas 600 lojas da Ceasa faltavam alguma mercadoria, entre os produtos que já apresentam baixa estão: laranja, batatas doce e lisa, morango, uva, caqui e tomate, além de cenoura e alface. Dos 700 caminhões que abastecem o local diariamente, 245 chegaram ao centro de distribuição nesta terça-feira e o número foi reduzido para 75 nesta quarta.
A redução no abastecimento reflete na alta dos preços, como por exemplo, a caixa de banana que custava R$ 80 e, nesta quarta-feira, vale R$ 350. “De segunda para terça-feira os preços dobraram. De terça para hoje triplicaram. O saco da batata lisa custava R$70, ontem estava R$ 150 e hoje está R$ 300. Desde segunda não temos reposição deste produto”, afirma Marcos Vinícius Figueiredo, de 30 anos, gerente de uma loja na Ceasa.
Jarbas Duarte, 51 anos, que vende abóbora e melancia na central de distribuição, diz que terá estoque somente até sexta-feira e não aumentou o preço por ainda ter muitos produtos. “Se isso acontecesse há dois anos, nós não teríamos mais nada. Muitas lojas ainda têm alguma coisinha por causa da crise financeira. Ultimamente, temos poucas vendas”, diz o empresário, que está na Ceasa há 27 anos.
Na loja do comerciante Josué Batista, de 70 anos, o expediente acaba por volta de 15h. Nesta quarta, Josué fechou as portas às 12h por causa da falta de mercadoria. “Estou aqui desde 1978 e é a primeira vez que vejo algo assim. Bruto eu só tenho laranja, manga e uva.”
Tendência é piorar’, diz gerente de associação
O gerente da Associação Comercial dos Produtores e Usuários da Ceasa Grande Rio e São Gonçalo (Acegri), Wagner Martins, diz que mais de 70% das lojas, que funcionam 24 horas, não abriram nesta quarta. “Faltou muita mercadoria e a tendência é só piorar. O mercado está sem nada, não está tendo reposição de produtos e as poucas que têm, é porque tem estoque”.
De acordo com ele, um comerciante perdeu uma carga de laranja e tangerina e um outro teve que desviar a carga de tomate para Ceasa de Nova Friburgo, na Região Serrana. “Infelizmente os lojistas estão repassando por um preço muito alto e o consumidor final vai sentir as consequências”, completa Wagner.