Recursos serão possíveis graças à entrega de licenças ambientais a mais de 30 produtores de Epitaciolândia; medida deve aumentar exportações da Dom Porquito
Como parte do seu programa de valorização do homem do campo, o Governo do Estado do Acre entregou neste sábado, dia 1º, pelo menos 33 licenças ambientais a produtores de suínos do município de Epitaciolândia, gerando novos investimentos no valor de R$ 18 milhões para a região, considerada corredor estratégico para as exportações de cortes de suíno aos mercados asiáticos e latino-americanos, via frigorífico Dom Porquito.
A cerimônia aconteceu no km 26 da BR-317, onde centenas de produtores receberam o governador Gladson Cameli com um churrasco oferecido pela própria comunidade, na propriedade de um dos beneficiados, o produtor Cícero Tenório.
“O que não conseguimos em três anos, o nosso governador Gladson Cameli nos proporcionou em três meses. Isso mostra o compromisso que esta nova administração tem pelo desenvolvimento do nosso estado e com os nossos produtores”, comemorou Tenório, que também é presidente da Cooperativa de Suinocultores de Epitaciolândia, a Coopersuíno.
A licença ambiental permite aos criadores de suínos obterem a segurança jurídica necessária para a criação e manejo de animais, e, principalmente, a captação de linhas de crédito para impulsionar o agronegócio, justamente o carro-chefe do governo Gladson Cameli.
“Nosso governo está vindo da zona rural para a urbana [em investimentos e na valorização do produtor] e vocês, que estão sempre debaixo do sol, da chuva e do frio para abastecer nossas casas, devem ser valorizados. Nada mais justo do que deixar vocês trabalharem, dando as condições ideais para que produzam”, afirmou o governador.
Centenas de pessoas estiveram presentes à cerimônia de entrega dos títulos, entre elas vereadores dos municípios de Epitaciolândia e de Brasileia, lideranças comunitárias e sindicais, deputados estaduais e federais, secretários, e os próprios criadores de suínos.
Segundo André Hassem, presidente do Instituto de Meio Ambiente e Análises Climáticas do Acre, cada um dos 33 produtores deverão receber R$ 360 mil em operações de créditos intermediadas pelo estado, para impulsionarem suas criações de suínos, além de outros R$ 240 mil para custeio do rebanho.
A produção de carne vai abastecer a Dom Porquito, com sede em Brasileia, município ao lado de Epitaciolândia, e que abate em média 200 animais por dia para exportação, sobretudo, aos mercados peruanos.
“A produção de animais da forma como estava era prejudicial para o produtor porque ele tinha que arrendar a própria terra como garantia da captação de recursos, e isso não era vantajoso”, afirma Hassem. “Agora, não. Agora, eles terão o crédito necessário e poderão abastecer o frigorífico local com muito mais celeridade e com a certeza de que vão gerar riqueza para si e para a região”, explica o gestor.
Licenças vão gerar aumento das exportações
Com os novos documentos expedidos para os produtores da região, aumentou também o otimismo dos administradores do frigorífico Dom Porquito, empresa detentora de uma superestrutura para abate de suínos, fixada estrategicamente na estreada do Pacífico, na saída de Brasileia para Assis Brasil, este último município na fronteira com o Peru.
A um custo de R$ 70 milhões, a empresa hoje exporta por semana dois contêineres de cortes selecionados de suínos para Lima, o equivalente a 50 mil quilos de carne produzida na zona rural de Epitaciolândia e Brasileia, a cada sete dias.
Por isso, para o proprietário da Dom Porquito, Paulo Santoyo, o ato do governador Gladson Cameli, de expedir licenças ambientais com responsabilidade, celeridade e sem burocracia, pode ser classificado como uma “revolução na área ambiental e comercial” na fronteira do Acre com a Bolívia e o Peru.
“Temos mercados extremamente atraentes, pulsantes, promissores, como é o caso da China, do Equador e do Chile, para a carne suína via portos do Pacífico”, lembra Santoyo.
Desse modo, na sua opinião, a nova documentação vai ampliar a captação de clientes, tanto internos quanto no exterior. “O que pareceu ser simples foi na verdade uma revolução porque essa licença dará acesso ao crédito aos nossos produtores e ampliará a nossa carteira de clientes por toda a América Latina”, pontua o empresário.
Outro fator é que a legalidade dos produtores de suínos vai permitir o aquecimento de outras cadeias, como a do plantio do milho e da própria soja, para a produção de ração animal. A Dom Porquito gera hoje cerca de 300 empregos diretos e está certificada com o Selo de Inspeção Federal.