Amazonas
Governo aponta desaceleração na queda de casos de Covid-19 no AM e cita aglomerações
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O Governo do Amazonas apontou que está sendo registrada uma desaceleração na queda de casos da Covid-19 no Estado. Em coletiva de imprensa, realizada nesta sexta-feira (11), a diretora-presidente da Fundação de Vigilância e Saúde (FVS-AM), Rosemary Pinto, afirmou que as aglomerações são os principais vetores de transmissão identificados pelo órgão nas últimas semanas.
Conforme Rosemary, a investigação epidemiológica demonstra que as pessoas que estão adoecendo e sendo internadas “o fizeram depois de se exporem em aglomerações, principalmente em ambientes de recreação”. Com isso, o governo decidiu que não serão feitas novas flexibilizações e que grandes aglomerações continuam suspensas.
Até a quinta-feira (10), o Amazonas já havia registrado mais de 125 mil casos da doença e mais de 3,8 mil mortes. Os dados apontam que o pico da pandemia no estado ocorreu entre os meses de abril e maio, quando Manaus enfrentou colapsos no sistema de saúde e funerário. A redução levou a reabertura gradual de atividades e serviços, como de restaurantes, bares e áreas de lazer, a partir do dia 1º de junho.
A diretora-presidente da FVS afirmou que as aglomerações são locais de grande exposição ao vírus. Restaurantes, bares e flutuantes, onde as pessoas tiram as máscaras para comer, beber e conversar, são os novos focos da doença, que agora atinge um número maior de pessoas de 20 a 49 anos.
“Os nossos dados demonstram um pequeno crescimento no número de casos em unidades privadas de saúde, principalmente em pessoas das classes A e B. Temos muitos profissionais liberais que estão sendo afetados e os locais de exposição onde essas pessoas contraíram o vírus são, principalmente, área de recreação”, disse.
Ainda segundo a diretora da FVS, a investigação de novos casos não se deu apenas em grandes aglomerações, mas também em passeios de barco, visitas aos flutuantes e balneários da cidade, além de casas noturnas.
“Eram pequenos aglomerados de pessoas que estavam em um passeio de barco, de pessoas que estavam numa mesma festa juntas, um grupo de pessoas que estava em um bar (inclusive pessoas que se contaminaram, pelo menos nesse bar, dez casos relatados), pessoas que estavam em festas particulares, pessoas que estavam em casas noturnas”, explicou.
Apesar disso, Rosemary afirmou que o Estado não vive uma segunda onda de contágio da doença. De acordo com ela, a FVS tem monitorado, junto a Secretaria municipal de Limpeza Urbana (Semulsp), o número de enterros na capital, que está bem abaixo do alcançado no pico da pandemia, que chegou a ficar 108% acima da média histórica de sepultamentos.
“Temos acompanhado muito de perto todos os relatórios da Semulsp, que nos relata os dados de novos sepultamentos diários em Manaus e hoje o que nós vivemos são os índices que nós tínhamos antes da pandemia. Comparando com a média de cinco anos, entre 2015 e 2019, hoje nós voltamos a essa média no número de sepultamentos em Manaus”
A desaceleração na queda de casos levou o Governo a retardar a flexibilização de grandes eventos. Para Rosemary, é importante manter todos os cuidados, como, evitar aglomerações e utilizar constantemente as máscaras de proteção.
“Frente a esse cenário, o governo decidiu manter todas as medidas de restrição que vinham sendo colocadas até agora. A decisão do comitê de crise é de que não serão feitas novas flexibilizações por enquanto, é que grandes aglomerações não devem acontecer”.
Eventos como o Festival Folclórico do Amazonas, a Festa do Guaraná de Maués e o Festival de Verão, também da cidade, devem ficar para o ano que vem ou podem ser realizadas via live, desde que não causem aglomeração.
G1