Justiça
Golpe das passagens: Funcionários da Aerotour são ouvidos e Polícia tenta localizar namorada do dono
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Uma freelancer e dois funcionários da agência Aerotour de Porto Velho se apresentaram na manhã desta segunda-feira (14) para prestarem depoimento à delegada Noelle Caroline Xavier, da Delegacia Especializada em Crimes Contra o Consumidor e Defraudações (Deconde). O dono da empresa, Geverson da Costa Dias, recebeu dinheiro de centenas de pessoas e não entregou passagens aéreas vendidas.
A namorada do proprietário da agência, Paolla L. S.S., está sendo procurada pela Polícia para prestar esclarecimentos. Geverson, que já confessou os golpes e disse que não tem dinheiro para ressarcimento, isentou a mulher em depoimento.
Silas da Costa Lima, Yan Suniga e a enfermeira freelancer Eliane Morais da Silva, que trabalhavam como freelancers na agência, detalham o funcionamento da empresa e se sabiam dos golpes plicado pela empresa em vários clientes e entre outros questionamentos que vão ajudar nas investigações da Polícia.
O RONDONIAGORA apurou que, a Polícia realizou várias diligências no endereço de Paolla para solicitar que ela comparecesse à delegacia, mas ela não estava mais no local e os policiais foram informados que a mulher também não estaria mais na Capital. Clientes contaram aos policiais que Paolla também negociava passagens.
Já a freelance Eliane Morais não aparecia na agência como os demais funcionários, mas tinha acesso ao sistema da Aerotour e vendia passagens.
Em depoimento à Polícia que aconteceu na última quarta-feira, para a delegada Noelle Caroline Xavier, Geverson disse que seu negócio funcionava com a compra de milhas de outras empresas. Os passageiros revendiam pontos acumulados e vendiam para os fornecedores. Ele comprava principalmente da empresa Ideal, de Belo Horizonte.
A negociação com o cliente final era simples e não tinha qualquer garantia: o cliente pagava o bilhete, e ele fazia o contrato, a reserva e o recibo e o bilhete era emitido apenas dias antes. O cliente não comprava a passagem.
De acordo com o Geverson, seus problemas começaram desde que adquiriu a empresa por R$ 150 mil de forma parcelada. Disse que houve problema contábil, sempre operou no vermelho, mas devido a um raio no dia 3, teve que parar a empresa porque máquinas foram danificadas, “impediu a entrada de dinheiro na empresa”.
Ainda em seu depoimento, ele disse que ao perceber que não conseguiria emitir as passagens do dia 5, informou os clientes via whatsapp, que não seria possível o embarque na data prevista e que estaria buscando solução o mais breve possível. Em seguida foi para Ariquemes tentar um empréstimo, mas não conseguiu porque a empresa parou de funcionar. Sua intenção era retornar no dia seguinte, “mas a situação tomou proporção grande e ficou com medo de voltar”.
Sobre os clientes lesados, o empresário afirmou que aqueles que não conseguiram embarcar, pretende ressarcir de alguma forma. E os que ainda têm em mãos as supostas passagens para o resto do ano, disse ser impossível qualquer ressarcimento com sua empresa inoperante.