Mato Grosso
Goleiro reclama: “Não querem me dar oportunidade de trabalhar”
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O goleiro Bruno Fernandes se indignou com a desistência da contratação por parte do time Operário de Várzea Grande. Ele foi condenado pela morte de sua então namorada, a modelo Eliza Samúdio.
O time estava em negociação com o goleiro há cerca de um mês, mas na última quarta-feira (22), após forte pressão da sociedade mato-grossense, desistiu da contratação.
“As pessoas não querem me dar oportunidade de trabalhar. As pessoas estão falando, falando, nas redes sociais. Falam: ‘Ele não pode voltar’. Mas eles vão colocar o pão na minha mesa?”, disse o goleiro ao programa Domingo Espetacular, nesse domingo (26).
À reportagem, Bruno alegou que não possui dinheiro sequer para pagar a pensão das duas filhas que têm fora do casamento. A pensão do filho dele com Eliza Samúdio, o “Bruninho”, não é paga por ausência de acordo judicial.
Para Bruno, a sociedade deve arcar com a responsabilidade de reintrodução de um reeducando à vida em liberdade.
As pessoas estão falando, falando, nas redes sociais. Falam: ‘Ele não pode voltar’. Mas eles vão colocar o pão na minha mesa?
“[…] A sociedade é a primeira a cobrar daquela pessoa que ela tem que voltar a trabalhar. A ressocialização do preso, a sociedade também é responsável por isso. Só que ao mesmo tempo que ela cobra o recuperando a voltar a trabalhar, ela não dá oportunidade para voltar a trabalhar”, relatou.
“Triste e abatido”
O Operário de Várzea Grande anunciou a desistência do grupo por meio de uma nota sucinta, encaminhada pelo clube à imprensa.
Bruno contou que o time não entrou em contato com ele para anunciar a desistência e que ficou sabendo da situação através dos jornais.
“Eu fiquei triste, me abati, porque sou um ser humano. O que me chamou atenção é o porquê de depois que fizeram a reunião da diretoria e chegaram a conclusão de que não iriam mais me contratar, não falaram comigo. Eu fiquei sabendo por parte da imprensa”.
Assim que surgiram notícias de que o goleiro Bruno Fernandes poderia ser contratado pelo Operário, ativistas do movimento feminista, políticos e formadores de opinião repudiaram a negociação.
Além disso, patrocinadores masters do Campeonato Mato-grossense de Futebol pediram para que seus nomes não fossem estampados na camisa do clube.
“Eu gostaria de recomeçar minha vida, mas recomeçar fazendo aquilo que eu amo fazer. Agora, opiniões, cada um tem a sua. Eu quero voltar a trabalhar como atleta profissional e eu vou voltar”, disse.
midianews