Religião
Goleiro do Vasco conta como a fé o ajudou a não desistir da carreira
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Fernando Miguel tem o que muitos chamam de “serenidade no olhar”. Atualmente goleiro do Vasco, o atleta de 34 anos que tem sido uma revelação do futebol brasileiro falou sobre a superação de desafios dentro do time carioca e um pouco de seu testemunho pessoal, compartilhando sobre como a fé em Jesus o ajuda a se manter tranquilo diante das adversidades.
O goleiro destacou que quando recebeu a proposta de jogar pelo Vasco, contrariou o conselho de muitos amigos, mas o mais importante é que ele estava em paz com a decisão, que foi tomada junto a sua esposa, após de ambos orarem, pedindo direcionamento de Deus.
“Existem momentos que consolidam a figura de alguém dentro da equipe e no futebol é assim. Desde o dia em que eu cheguei, disse que vim para o Vasco porque eu quis vir para o Vasco. No dia em que eu saí do Vitória, tinha outras possibilidades e as pessoas tentaram até falar para mim: ‘não vá, porque Vasco passa por dificuldades’. Mas eu, no meu estilo de vida, no momento que eu e minha esposa oramos, entendemos: ‘é o Vasco que é para onde Deus quer que a gente vá’. A gente veio e creu que tudo daria certo aqui”, contou.
Fernando também falou sobre como a fé ajuda a lidar com a pressão imposta pela torcida, que cobra resultados do time.
“É aí que eu insiro a fé. As pessoas dizem: ‘tanto jogador fala de fé, fala tanta bobagem sobre fé’, mas eu acho que fé precisa ser impressa com bastante força na nossa vida, na vida de um atleta, justamente por causa dessa pressão”, destacou. “A fé é justamente o oposto do que essa pressão gera sobre um atleta de futebol. A fé é o oposto do medo, o oposto da insegurança, o oposto da ansiedade. Ela coloca tudo isso nos seus níveis corretos”.
Conforto do alto
O goleiro contou que sente o cuidado de Deus em muitos momentos do seu cotidiano e que no tempo mais difícil que viveu até hoje profissionalmente, sentiu a mão de Deus cuidando de tudo.
“Eu vivi um momento triste da minha carreira. Foi o único momento que eu fiquei desempregado. Foi em 2009, 2010, alguma coisa assim. Quando eu jogava no Esportivo de Bento Gonçalves, me machuquei, fiquei desempregado e tomei um golpe do meu empresário. Perdi praticamente todas as minhas economias”, explicou.
“As coisas lá em casa se apertaram e eu tive que procurar emprego. Nas minhas orações eu falava: ‘se eu tiver que procurar emprego, entendo que o futebol, daqui para frente pra mim acabou’. As coisas não mudaram, eu tive que de fato procurar emprego. Tive que fazer uma entrevista em um ramo de hotéis na minha cidade. O cara não sabia nem quem eu era. Cheguei, me apresentei para ele”, acrescentou.
Fernando contou que após uma longa conversa com o responsável pelas contratações na empresa, ficou surpreso com a declaração daquele homem.
“Ele me falou: ‘Você é o cara certo para trabalhar aqui conosco, mas não vou te contratar, porque você nasceu para jogar futebol. Espera a tua próxima oportunidade e voa nela’”, relatou.
“Ali eu senti Deus cuidando de mim, me conduzindo e dizendo: ‘Meu filho, teu tempo no futebol ainda não acabou”, lembrou.
O goleiro afirmou que foi justamente depois daquele momento marcado por um misto de sensações que viu sua carreira decolar.
“Depois daquele momento a minha carreira futebolística começou a dar uma alavancada e eu comecei a imprimir mais fé ainda naquilo que eu faço, porque até ali eu vivia em clubes de pouca expressão, tinha bons momentos como goleiro, mas não tinha resultados coletivos”, explicou.
O retorno aos gramados iniciou com um time que estava em ascensão no Rio Grande do Sul e a partir de então, Fernando passou a galgar os degraus, rumo ao destaque que hoje tem como atleta.