O governador do Acre, Gladson Cameli (Progressistas) abriu o 287ª reunião do conselho da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), discursando sobre os desafios da região norte direcionado para o presidente Jair Bolsonaro e o Ministro da Economia, Paulo Guedes, que estão presentes no evento.
Cameli lembrou aos chefes de Estados presentes no encontro que somente agora, após mais de 500 anos que o Brasil foi descoberto, “o Acre terá ligação terrestre com o restante do país. Precisaremos recuperar todo esse tempo”, se referindo a ponte sobre o Rio Madeira que ligado Estado a Rondônia e que deverá ser inaugurada até o final deste ano.
“Esse exemplo não é exclusividade do meu Estado. Para nós, brasileiros da Região Norte, o isolamento não é apenas geográfico. É muitas vezes social, tecnológico e político. Não estamos aqui para pedir benefícios ou privilégios. Pelo contrário, estamos habituados aos sacrifícios: muitas vezes para satisfazer discursos vazios criados em gabinetes confortáveis ao redor do mundo, abrimos mão de utilizar nossos recursos naturais que poderiam minimizar o sofrimento de uma população que ainda carece de cuidados básicos. Concordamos todos que é fundamental a floresta em pé, mas é ainda mais urgente colocar o brasileiro em condições de dignidade e cidadania”, disse o governador do Acre.
O chefe do Palácio Rio Branco pediu ao governo federal que entenda que a região norte precisa ser inserida num projeto de país. “E um país só se solidifica quando diminui suas diferenças e propõe que o desenvolvimento seja partilhado por todos”, ressaltou.
Destacando que os governadores da região norte estão fazendo sua parte em orientar as bancadas federais do Estado a votar na Reforma da Previdência, Cameli ressaltou que os efeitos da proposta governamental se estendam para Estados e Municípios. “Criando condições para melhorar a gestão pública e entregar a população o resultado que ela espera e precisa de seus representantes. Aos deputados federais e senadores aqui presentes, a mensagem é forte e clara: incluir os estados e municípios na reforma da previdência não é luxo ou capricho. É necessidade urgente e responsabilidade dos senhores com o povo que lhes elegeu”, cobrou o governador.
O Chefe do Palácio Rio Branco pediu que as autoridades federais percebam a região norte como o futuro que ela representa. “Aqui, via Rondônia e Acre está a saída logística mais eficiente e lucrativa para o maior mercado do mundo e nosso mais importante comercial: a China. Vejam o Amazonas e o Pará como o maior potencial de biotecnologia do Planeta, unidos pela floresta e pela capacidade científica de nosso povo. Perceberam o Amapá e Roraima como nossas avançadas fronteiras agrícolas, turísticas e diplomáticas. E o Tocantins como o exemplo de que é sim, possível, promover crescimento através do Planejamento Estratégico”, citou o Cameli enfatizando a defesa do modelo da Zona Franca de Manaus. “Primeiro pelo retorno que propicia a economia. Cada R$ 1 investido na zona franca, este valor retorna em renda para região acima do valor investido, mostrando-se, portanto, um modelo sustentável”, defendeu.
Antes da abertura do evento, Cameli e os demais governadores da região norte se reuniram com o presidente Jair Bolsonaro em busca de garantir a liberação de todos os recursos federais, a repactuação, desburocratização e alfandegamento dos aeroportos e o intercâmbio comercial com os países andinos. Bolsonaro teria assinalado positivamente com as demandas.