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Funai inicia operação para proteger índios isolados sob risco de conflito
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Indigenistas e colaboradores da Fundação Nacional do Índio (Funai) iniciaram uma missão para procurar membros de uma tribo da Amazônia que teve pouco ou nenhum contato com o mundo exterior para afastá-los de um grupo indígena rival e evitar um conflito sangrento.
A Funai informou nesta quinta-feira que a expedição partiu para a reserva do Vale do Javari (AM), região que é maior do que a Áustria e tem a maior concentração mundial de tribos jamais contatadas.
A tribo korubo se dispersou e separou na floresta, aparentemente devido à presença crescente de pescadores ilegais na reserva. Com recursos escassos, a Funai tem tido dificuldade de coibir tais atividades.
O grupo mais isolado está agora a 20 quilômetros do povo matis, com o qual travou uma batalha letal em 2014, disse Bruno Pereira, líder da expedição.
O objetivo da Funai é proteger o grupo incentivando-o a se reencontrar e ficar com outros korubos menos isolados que moram no norte do Rio Coari.
“O melhor cenário seria um encontro no qual consigam conversar com seus familiares tribais e decidam ficar na região do Coari”, disse Pereira. “O pior caso seria uma luta com os matis que resultasse em mortes”.
Também poderia ser devastador se os korubos desaparecerem na floresta depois de terem tido contato com pessoas de fora e contraírem doenças comuns às quais não são imunes, afirmou.
A expedição é a maior já organizada pela Funai em duas décadas desde que adotou a diretriz de só contatar tribos isoladas em emergências, como resultado do assassinato de um pescador, morto a golpes de porrete por korubos em 1995.
A jornada, que pode levar meses, foi endossada pelo novo diretor da agência, o general aposentado do Exército Franklimberg Ribeiro de Freitas, que defendeu o trabalho da entidade com tribos isoladas e jamais contatadas.
A reserva do Vale do Javari, a segunda maior do país, só atrás da reserva dos ianomâmis, se estende por mais de 85.444 quilômetros quadrados rumo à fronteira peruana.
O presidente Jair Bolsonaro é um crítico da vasta ocupação de terras por reservas indígenas por vê-la como um obstáculo ao desenvolvimento comercial, uma postura que vem incentivando invasões de mineiros e madeireiros ilegais.