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Fumaça concentrada em Porto Velho é causada por queimadas de municípios vizinhos, diz Sipam


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A fumaça que está concentrada sobre Porto Velho, há vários dias, é resultado de queimadas realizadas em municípios vizinhos. Segundo informou o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) nesta terça-feira (6), essa fumaça foi trazida à capital através dos ventos.

O analista de ciência e tecnologias do Sipam, Tiago Martarole, explicou ao G1 que, embora, ocorreram incêndios em Porto Velho nos últimos dias, as queimadas do interior são as principais culpadas pela poluição do ar na área urbana da capital.

“Primeiro a gente tem que diferenciar entre município e a cidade de Porto Velho. Embora o município queime, essas queimadas ocorrem distantes da área urbana. Então, boa parte da fumaça que chega na zona urbana de Porto Velho vem de outros municípios, relativos com a direção do vento. Ou seja, a área urbana de Porto Velho sofre por conta de queimadas em outros lugares”, ressalta.

Em entrevista, o meteorologista Marcelo Gama detalhou como são as rotas dos ventos no estado e como elas influenciam no deslocamento da fumaça.

“O vento tem a circulação geral da atmosfera que predomina. Nesse período, a nossa região está sobre uma influência da massa polar em função da chegada da frente fria que predominou no final de semana. A direção do vento parte de onde ele está vindo. No geral, em outros meses, o vento fica no quadrante de norte, nordeste e noroeste”, conta.

Meteorologista Marcelo Gama diz que no último domingo (4) Porto Veho esteve em nível de alerta com 14% de umidade do ar — Foto: Jheniffer Núbia

Meteorologista Marcelo Gama diz que no último domingo (4) Porto Veho esteve em nível de alerta com 14% de umidade do ar — Foto: Jheniffer Núbia

Quando a fumaça vai sumir?

Sobre a diminuição da fumaça no céu da capital, Martarole afirma que isso deve ocorrer apenas quando ocorrer alguma forte chuva.

” O período de queimadas costuma ser forte até o final de setembro e início de outubro, que é quando entra no período de transição e começa as primeiras chuvas. Com isso, vegetação começa a se revigorar e se tem a dificuldade de se espalhar o fogo pelas regiões mais extensas. Até o início de outubro é quando se tem o momento mais crítico em questão de queimadas. Com as chuvas, o ar começa ficar limpo e temos uma melhora significativa”, diz.

Umidade em alerta

Além da intensa fumaça, moradores da capital sofrem com a baixa umidade do ar. Gama destaca que esse período é o mais seco do ano e isso também faz propagar os focos de incêndio em todo o estado.

“Esse período do ano, conhecido como o nosso ‘verão amazônico’, é caracterizado por um longo período de estiagem da chuva e com temperaturas mais elevadas. A umidade relativa do ar cai muito agora e nesse ano, em particular, estamos passando por uma umidade relativamente do ar bastante baixa”, detalha.

A Organização Mundial da Saúde preconiza que o ideal seria uma umidade em cerca de 60%, mas com padrões aceitáveis de até 30%. Se a umidade fica entre 20% e 30%, ela é caracterizada como nível de atenção. De 19% a 12% o nível é de alerta e fica crítico se atingir menos de 12%.

Gama conta que em Porto Velho, no último domingo (4), teve um registro de alerta na umidade do ar.

” A umidade relativa do ar atingiu 14% na região da capital, o que é considerado o nível de alerta”, diz.

Fogos de calor em Rondônia dia 4 de agosto de 2019 — Foto: Viirs True Color

Fogos de calor em Rondônia dia 4 de agosto de 2019 — Foto: Viirs True Color

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