Cuiabá-MT
Fiscal do lixo percorre ruas de Cuiabá para conscientizar população
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Figura folclórica de Cuiabá e ambientalista, Hélio Augusto Gomes, 61 anos, atua por 13 anos na Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT), limpando as ruas da cidade. No aniversário de 300 anos da capital mato-grossense o fiscal do lixo, como é conhecido, participará de ações com objetivo de conscientizar a população sobre a importância da preservação do meio ambiente.
“Nos 300 anos vou sair às ruas para orientar a população e continuar buscando melhorias para o aterro sanitário, fortalecimento das cooperativas, fazer compostagem e seguir a carta da Sustentabilidade, que é uma luta incansável”.
Nascido no Pantanal Mato-grossense, o ambientalista sempre teve uma forte relação com a fauna e a flora e vivenciou a época de uma Cuiabá ainda com berço sustentável e ecológico. A medida que os anos passavam ele criava um vínculo cada vez maior com o meio ambiente e logo observou a necessidade de conscientizar a população para que fizesse o descarte correto do lixo.
Assim ele criou o personagem ‘Fiscal do Lixo’. Com um apito e dois cartões, um vermelho e um verde, ele percorre ruas e participa de eventos com intuito de amenizar o uso excessivo de plástico na cidade.
“Meu Trabalho é de sensibilizar o cidadão a descartar corretamente o seu lixo na lixeira. Eu levo uma lixeira para que não tenha desculpa, se eu pegar no flagra dou cartão vermelho e apito para pessoa perceber que cometeu uma infração. Se a pessoa fizer o descarte correto eu dou cartão verde”.
O trajeto que ele costuma fazer a pé ou melhor dizendo com o “Mocotó Móvel” é saída de sua residência no bairro Duque de Caxias, sentido Filinto Muller e segue até o Parque das Águas, Assembleia Legislativa, Centro Político Administrativo, assim, chegando na Sema.
Volta pela Av. do CPA, passa em frente ao shopping Pantanal e vira na Avenida Mato Grosso até sua chegada em casa. Ele procura fazer trajetos diferentes para cobrir uma parte grande e movimentada da cidade todos os dias.
Hélio faz parte do desenvolvimento nacional de catadores de Mato Grosso e ajudou na lei de política nacional de resíduos sólidos n°12.305, sancionada e regulamentada em 2010. A Lei foi criada com objetivo de fortalecer cooperativas de catadores e coleta seletiva nas cidades.
Catador de latinhas autônomo, ele destaca que é um trabalho digno que além de ajudar a cidade também o ajuda a pagar passagens para congressos que acontecem pelo Brasil, como um que participou em São Paulo. Entre os últimos eventos importantes em que seu Hélio participou esta um evento internacional no Rio de Janeiro e uma qualificação em Goiânia promovida por entidades nacionais de Catadores de Materiais Recicláveis.
O sonho do ambientalista é criar um comitê de mobilização de limpeza urbana nas cidades com base na lei. “Seria para tornar o planeta saudável, sustentável, com descarte consciente de todo tipo de lixo. É importante parcerias com a prefeitura, empresas, igrejas e industrias para que haja uma responsabilidade compartilhada. Também é importante fazer cartilhas, jogos e charges para atingir o público infantojuvenil que é o futuro do planeta”.
Seu Hélio vê os órgãos púbicos como um espelho para sociedade mudar seus hábitos e faz questão de estar sempre fiscalizando a Sema, secretaria na qual é ligado. Para ele é preciso gostar de cuidar do meio ambiente sem visar o capital, sempre cuidando da qualidade de vida. “Eu faço meu percurso com o pensamento de ser e prazer e tentando sensibilizar um pouco a sociedade que nos dias atuais só pensa em ter”.
Dentre todas as atuações já realizada pelo fiscal, a que ele tem um xodó e orgulho maior é o resgate do Rio Mutuca, em Chapada dos Guimarães, onde em trabalho de Educação Ambiental retirou 3 toneladas de lixo do rio e instalou 15 lixeiras e várias placas educativas no percurso até o Rio Coxipó.
“Vou continuar minha luta para conscientizar a população de Cuiabá e região da importância de viver numa cidade mais limpa”, diz o fiscal do lixo sobre seus planos para as comemorações dos 300 anos da capital mato-grossense.