Medicina
Fim da obrigatoriedade da máscara: por que ela ainda é necessária?
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Com o fim da obrigatoriedade da máscara, uma responsabilidade que era coletiva se tornou individual. Esse é o alerta do médico infectologista, Dr. Bernardo Almeida.
O uso da máscara já não é mais obrigatório em nenhum estado brasileiro. O governo da Paraíba foi o último a tornar facultativo o uso do equipamento de proteção. Com mais de 160 milhões de brasileiros imunizados, os governos estaduais sentiram segurança para adotar a iniciativa.
É seguro abandonar o uso da máscara?
Em meio a alta no número de casos de doenças respiratórias como a Covid-19 e a Influenza, sobretudo pela chegada do outono e inverno, é importante manter os cuidados preventivos. Além disso, o fim da obrigatoriedade da máscara é bastante recente, impedindo uma análise mais completa das taxas de transmissão e dos riscos.
“Ainda estamos em pandemia, mas em uma fase de transição para a fase endêmica. Não está claro ainda quais serão as repercussões da circulação endêmica do vírus do ponto de vista do número de internamentos e óbitos. Desta forma, dadas essas incertezas, o momento inspira cuidados”, orienta Dr. Bernardo Almeida.
Prevenção agora é atitude individual
O infectologista explica que as flexibilizações mudaram a responsabilidade dos cuidados para o indivíduo. Ou seja, o que mudou é que agora é de responsabilidade de cada um saber quais as situações de risco e como se proteger – seguindo sempre as orientações das normas estaduais, já que alguns estados mantêm o uso obrigatório no transporte público, como São Paulo.
O médico orienta sobre as situações em que o uso do equipamento é essencial, destacando que as máscaras mais recomendadas são as cirúrgicas ou PFF2. “O uso de máscaras é uma forma recomendada de prevenção, principalmente em ambientes fechados, pouco ventilados, com muitas pessoas onde há perspectiva de ficar longos períodos. A prevenção é ainda mais útil para indivíduos de risco como idosos e portadores de comorbidades”, afirma.
“Muitos confundem a queda da obrigatoriedade com a não necessidade, mas essa é uma interpretação errada”, aponta o especialista. Para ele, quanto mais pessoas tiverem este conhecimento e consciência, maior será o benefício coletivo.
Fonte: Dr. Bernardo Almeida, infectologista e diretor médico da Hilab, laboratório de análises clínicas.