Agronegócios
Feijão carioca encerra o ano com preços mais altos, mas início de 2019 será de atenção aos produtores
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Últimos dias de 2018 foram marcados por valorização nos preços do tipo carioca após redução na área plantada, produtividade e temores com clima adverso, principalmente no Sul, durante a 1ª safra. O próximo ano se inicia com produtores em atenção com 2ª safra e condições do tempo, mas possibilidade de boas opções para exportação.
O feijão Carioca encerra esse ano com os preços mais altos por conta de uma redução da área cultivada, mas para 2019 deve ser de atenção aos produtores rurais com 2ª safra e as condições climáticas.
De acordo com o presidente do Instituto Brasileiro de Feijão e Pulses (IBRAFE), Marcelo Eduardo Lüders, esse ano foi pouco interessante ao produtor já que a maioria cultivou feijão carioca que permaneceu com as cotações estáveis. “Na maior parte do tempo, as margens eram mínimas quando não apresentou prejuízos para o agricultor que estava plantando a variedade”, comenta.
As cotações saíram dos patamares de R$ 110,00 por saca e chegou a ser comercializado ao redor de R$ 200,00/sc. “Nos últimos dias, o feijão carioca veio no rally de alta de preços em que aumentaram consideravelmente. Claro que o produtor que conseguiu colher com uma produtividade razoável está com uma margem muito boa”, diz.
Em contrapartida, muitos produtores rurais tiveram perdas nas lavouras ou produtividade extremamente baixas. “Por mais que tenha um produto que valorizou 70% nas cotações e a perda de produtividade da lavoura foi de 60% não significa que o agricultor está ganhando mais”, ressalta.
Por outro lado, os produtores rurais que cultivaram o feijão preto, rajado e o vermelho trabalharam com a rentabilidade mais atrativas. “Especificamente o rajado manteve as referências em patamares interessantes se comparado com o carioca, com uma diferença de até 30% devido a um excesso de oferta de feijão rajado no mercado doméstico”, afirma.
O Brasil exportou para mais de 26 países neste ano, um número que é superior se comparado aos outros anos, em função das diversas variedades. “Há cinco anos atrás, nós tínhamos apenas duas ou três variedades no feijão. Esse ano de 2018, marcou algo muito interessante por que passamos a ter de sete a oito cultivares sendo ofertados para o mercado internacional”, destaca.
Em relação as condições climáticas, a liderança salienta que o clima adverso neste ano não foi favorável a produção de feijão no sul do país. “Cada dia que temos a permanência de altas temperaturas e sem chuvas generalizadas terá novas perdas de produtividade. E os produtores que tem mercadoria fazem muito bem em irem comercializando aos poucos”, pontua.
2019
Para o próximo ano, a tendência é que a permanência dos preços altos fique até o primeiro trimestre de 2019. A partir de abril e maio, as cotações podem ficar pressionados com a entrada dos feijões semeados neste momento. “Com esse cenário, o ideal é que agricultores diversifiquem as variedades, pois já que a maioria vai cultivar o feijão carioca pela a facilidade em encontrar sementes”, conta.
Após um período de baixa nas cotações e na demanda do pulses, a expectativa é que em 2019 tenha uma demanda maior. “Pode ser muito interessante que os produtores olhem com muito carinho os feijões nova era, imponente e o munge”, completa a liderança.