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Fábio Assunção fala sobre dependência química: ‘Nunca tive a possibilidade de viver esse processo com privacidade’
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Fabio Assunção falou abertamente à revista “Trip” de julho sobre o relacionamento com Maria Ribeiro, política e sobre a dependência química que enfrentou, confessando que se trata de uma luta diária.
“A primeira vez que achei que as coisas estavam saindo do meu controle, em 2008, fui ao AA (Alcoólicos Anônimos). Estava me sentindo envergonhado, muito preocupado com as pessoas saberem. Cara, na hora que eu saí, tinha um paparazzo do lado de fora. Então, eu nunca tive a possibilidade de viver esse processo com privacidade”, disse Fábio.
O ator também justificou o que poderia ter motivado a entrada no mundo das drogas:
“Se você está feliz, se está com saudade, se tem uma perda ou se acaba um relacionamento, tem que vivenciar isso e dói. Essas coisas… Todo mundo sente o impacto desses sentimentos, não são sentimentos fáceis. Então acho que (fazer uso de substâncias químicas) foi uma forma de não sentir, uma coisa que eu não tinha preparo para me relacionar”.
E diz que o segredo é encontrar o equilíbrio:
“As pessoas sofrem por várias razões, por medo, ou porque são eufóricas, ou porque são deprimidas, ou porque sentem muita raiva. O equilíbrio é você aprender a lidar com essas forças a seu favor e a favor do mundo. Essa não é uma questão exclusiva das pessoas que têm ou tiveram histórico de uso de alguma substância, seja ela lícita ou ilícita, porque tem muita gente que desenvolve dependência de substâncias lícitas. A gente está aprendendo, não é uma resposta que só eu preciso encontrar”, reflete Fábio.
Da filiação ao PT, em 2017, Fábio disse que o convite surgiu justamente para integrar uma comissão que discutisse a política de drogas.
“Tive um convite do Lula, numa conversa que tivemos em um jantar. Ele queria formar uma comissão para discutir política de drogas e queria que eu participasse. Falei que sim. O Brasil tem muito o que mudar nessa área, que é muito central. Se jogar a droga na ilegalidade, ela vira um instrumento de extermínio. É muito pesado o que falei, mas o que o Dória fez na Cracolândia foi uma violação de direitos humanos flagrante, uma coisa absurda”.
Com o fim de “Onde nascem os fortes”, trama que deu a vida a Ramiro, Fábio explicou a sua relação com o polêmico personagem:
“Esse personagem é quase um ato político, é como se eu estivesse mostrando o que não acredito, ou que acredito pelo avesso”