Agronegócios
Exportador quer liberalização do comércio
Compartilhe:
Em meio às campanhas que tentam estimular o consumo de proteínas vegetais, não será surpresa se o Brasil e outros países exportadores de carnes propuserem uma negociação plurilateral – na qual participa quem quer – na Organização Mundial do Comércio (OMC) para promover uma liberalização na cadeia produtiva de proteína animal.
A ideia seria reduzir tarifas de importação tanto para carnes como para fertilizantes e outros produtos da cadeia produtiva, de forma a atrair também americanos e europeus para uma negociação específica e menos demorada. Se o plano de fato for para frente, seus resultados em muito dependerão do escopo das negociações. Se for muito amplo, com países tentando incluir cortes de tarifas para tratores ou aviões agrícolas, por exemplo, certamente será complicado.
Basta ver que na negociação plurilateral para a liberalização de bens ambientais, por exemplo, a Suíça chegou a propor uma redução de tarifa para iates, enquanto muitos países desenvolvidos recusavam a inclusão do etanol, proposto pelo Brasil. A partir daí, Brasília perdeu o interesse pelas tratativas. Mas a importância de uma liberalização no comércio de carnes é clara para exportadores, sobretudo em tempos de aumento da pressões contra o consumo do produto.
O Brasil lidera as exportações mundiais de carnes bovina e de frango, e está entre os quatro primeiros no segmento de carne suína. Em seu discurso de posse, o novo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, mesmo em meio a seu anti-globalismo, afirmou que o Itamaraty terá um perfil mais engajado que nunca na promoção do agronegócio do país. O Valor apurou que os Estados Unidos, por sua vez, recentemente contactaram outras delegações defendendo negociações plurilaterais por produto – especificamente para trigo e milho, que são de seu especial interesse.