Agronegócios
Exportações de soja do Brasil caem 40% em fevereiro com atraso na colheita
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Dado foi divulgado nesta segunda-feira (1º) pela Secretaria de Comércio Exterior. Atraso foi causado pelo plantio tardio e pelas chuvas que dificultam o acesso às lavouras.
As exportações brasileiras de soja recuaram 40% em fevereiro em relação ao mesmo mês de 2020, para 2,9 milhões de toneladas, mostraram dados do governo federal nesta segunda-feira (1º).
A queda ocorreu em meio a um forte atraso na colheita causado pelo plantio tardio da safra 2020/21 e chuvas que dificultaram o acesso às lavouras.
De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as exportações de milho, no entanto, saltaram de 340,26 mil toneladas em fevereiro de 2020, para 822,9 mil toneladas em igual mês deste ano.
Soja
A produção de soja 2020/21 do Brasil deve alcançar o recorde de 133,48 milhões de toneladas, estimou nesta segunda-feira a consultoria StoneX, com um avanço ante os 132,77 milhões projetados em fevereiro, enquanto a produção de milho foi revisada para baixo após atrasos no plantio da segunda safra.
Segundo a StoneX, os volumes mais significativos de chuvas registrados a partir de janeiro beneficiaram o desenvolvimento da oleaginosa, mesmo com preocupações sobre o clima afetando a colheita.
“O principal determinante desse crescimento foi a revisão dos números do Rio Grande do Sul, com aumento da área plantada e da produtividade. Também houve melhora dos rendimentos esperados em Goiás”, disse a analista de inteligência de mercado da consultoria Ana Luiza Lodi.
Ela lembrou que no Rio Grande do Sul o ciclo da soja começa na segunda metade de outubro, e dessa forma o clima de janeiro e fevereiro é determinante para o resultado final.
“Mesmo com a irregularidade climática nos primeiros meses do ciclo da soja, as chuvas em janeiro e também em fevereiro permitiram a recuperação das lavouras em algumas áreas, principalmente do que foi plantado mais tarde”, acrescentou.
Milho
Se por um lado as precipitações contribuíram para a produtividade da oleaginosa, por outro elas prejudicaram a colheita, o que consequentemente postergou o plantio do milho segunda safra.
A estimativa da StoneX para a produção total de milho no país caiu de 110,2 milhões de toneladas para 108,5 milhões.
“As preocupações com o atraso do plantio na safrinha de milho já têm refletido em expectativa de uma produção brasileira mais enxuta do cereal no ciclo 2020/21, junto aos impactos desfavoráveis também na safra de verão”, alertou a consultoria.
A perspectiva leva em consideração as análises da StoneX para o cereal das safras de verão e inverno e o número da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a terceira safra, de 1,78 milhão de toneladas.
Para a primeira safra de milho 2020/21, a consultoria cortou sua previsão em 3,1%, ante a divulgação de fevereiro, para 25,4 milhões de toneladas.
“Apesar da melhora na produtividade da safra gaúcha, causada pela condição climática favorável ao rendimento do grão no nordeste do Estado, a maior produção no Rio Grande do Sul não foi capaz de compensar a redução na Bahia e em Goiás”, explicou o analista de inteligência de mercado João Pedro Lopes.
Em relação à safrinha, a StoneX trouxe uma queda em sua estimativa mensal, de 82,4 milhões para 81,3 milhões de toneladas (-1,3%).
Contudo, mesmo com o recuo o volume, ainda representaria um recorde de produção.
“O corte foi motivado pela contração da produtividade em Mato Grosso e no Matopi (região que compreende os Estados do Maranhão, Tocantins e Piauí). Devido ao considerável atraso do plantio nessas regiões, boa parte da área deverá ser semeada fora da janela ideal, tornando a safra de inverno ainda mais arriscada”, disse Lopes.
O analista ainda alerta que modelos climáticos apontam para uma ocorrência de chuvas acima do normal ao longo das próximas semanas, com exceção da região Sul, o que pode provocar novos atrasos para a safrinha de milho.
G1