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Agronegócios

Exportação do país tem redução de 13%, mas preço das commodities garantem receita; Mato Grosso é responsável por 25%


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As exportações brasileiras apresentaram uma queda de 13%, ao mesmo tempo em que a receita com as commodities tiveram aumento de 32,5% nos últimos 12 meses, de acordo com os dados do Ministério da Agricultura divulgados nesta quarta-feira (25).

De toda a carga exportada do país, Mato Grosso foi responsável por 25% do volume total de exportações em 2021. Além disso, foi o que mais exportou se comparado com outros estados.

Os números ainda refletem os impactos da cadeia produtiva afetada pela guerra entre Rússia e Ucrânia.

Segundo especialistas da área, o país vendeu menos em volume para outros países, mas ganhou em receita. Porém, eles alertam para o fato de que o custo de produção também aumentou.

Para o pesquisador da Fundação Getúlio Vargas do Agronegócio (FGV-AGRO) Rodrigo Santos, esse cenário traz mais dinheiro ao mercado brasileiro, apesar da redução do volume de exportações.

“Isso fez com que houvesse um novo recorde de receita nas exportações do agronegócio. São quase US$ 15 bilhões de dólares, sendo um aumento de 15% em relação ao mês de abril do ano passado. Teve um fato muito mais forte que jogou para cima o preço dessas commodities, que é o conflito do leste europeu. Um destaque para os grãos e o óleo de girassol”, explicou.

Maquinários durante colheita de soja em MT — Foto: Secom-MT/ Divulgação

Maquinários durante colheita de soja em MT — Foto: Secom-MT/ Divulgação

O analista de mercado Rodrigo Santos também enxerga ainda impactos da pandemia na economia mundial, o que gera reflexos no mercado interno em alguma medida.

“O mundo passa também por um problema de logística, falta de navio, atrasos em muitas regiões da Ásia, principalmente na China tivemos lockdowns muito prolongados que fizeram com que alguns portos ficassem parados. Então, se a gente tivesse a logística funcionando de forma normal, com certeza o número de abril, que já foi recorde em números totais financeiros beirando a R$ 15 bilhões de dólares, também teria sido maior em volume”, disse.

Os principais produtos exportados foram a soja e derivados, como farelo e óleo, carnes bovina, frango e café. Porém, o consumidor também passou a sentir o efeito dessa mudança na balança da cadeia produtiva.

Os 5 produtos mais exportados de MT no primeiro bimestre:

  • Soja, com US$ 1,8 bilhão negociado
  • Algodão, com US$ 520 milhões
  • Milho, com US$ 495 milhões
  • Tortas, com US$ 442 milhões
  • Resíduos extraídos do óleo de soja e carnes bovinas, com US$ 318 milhões

 

“Muitas vezes os domicílios vão acreditar que se esse preço do óleo de soja está elevado, então os sojicultores estão com um largo sorriso no rosto, e não é assim necessariamente. Então, vamos imaginar que o fato de se ter uma receita elevada, não significa que o lucro seja elevado também. Não podemos esquecer que o custo de produção, defensivos e fertilizantes tiveram um aumento mais intenso do que dos grãos”, contou.

Para o agricultor Sidnei Hubner, o aumento do custo da produção já está sendo sentido na fazenda dela, onde trabalha no campo diariamente.

“Todos os anos nós plantamos 560 hectares de soja. A média de preço desse ano está de 178 reais a media de peço do ano passado tinha ficado de 150 reais. Se fizermos um comparativo do valor da saca e o custo da produção dá paras e dizer que o custo subiu mais do que a saca, em torno de 170%”, afirmou.

G1.globo.com

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