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Exército cerca Presídio Federal de Brasília após plano de fuga de Marcola


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Um plano de resgate do líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Willians Herbas Camacho, no Presídio Federal de Brasília, fez com que os ministérios da Justiça e da Defesa fechassem um acordo para intensificar a segurança do complexo, localizado em São Sebastião. Militares do Exército Brasileiro foram direcionados para a penitenciária de segurança máxima, onde estão de prontidão, com carros blindados, desde as primeiras horas dessa quinta-feira (19/12/2019).

Fontes do Ministério da Justiça ouvidas pelo Metrópoles afirmam que se trata de uma medida preventiva para mostrar a força do Estado, e que não há motivo para alarde. As informações sobre o plano de resgate partiram de São Paulo. O estado é berço da facção criminosa. Marcola foi transferido para capital federal em março sob forte aparato policial.

Há indícios de que o suposto resgate já estaria pago e seria feito pelo traficante internacional Gilberto Aparecido dos Santos, conhecido como Fuminho. Ele é um dos principais nomes do PCC que está solto e atua nas ruas.

De acordo com informações, os criminosos estariam aguardando o aval de Fuminho para colocar o plano em prática. O PCC teria reunido um verdadeiro exército de alto nível e com criminosos que possuem conhecimento militar e de armamentos. A facção já teria mapeado os arredores do complexo penitenciário em Brasília com o uso de drones.

O Ministério da Justiça foi procurado, mas informou que, inicialmente, não vai se manifestar sobre o caso. Todas as informações da reportagem foram apuradas pelo Metrópoles com fontes envolvidas na operação. Em nota, o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) negou que haja plano de fuga e informou que a movimentação de tropas do Exército na área do presídio federal é decorrência de obras de fortificação que estão sendo realizadas na unidade prisional.

Líder
Marcola foi preso pela primeira vez pela polícia paulista no final da década de 1990, por roubos a carros-fortes e bancos. Já na prisão, também foi condenado por formação de quadrilha, tráfico de drogas e homicídio.

Para justificar a transferência de Marcola do presídio de Presidente Venceslau para Brasília, promotores do Ministério Público de São Paulo afirmaram que o PCC planejava resgatá-lo. De acordo com eles, foram gastas dezenas de milhões de dólares no plano, investindo em logística, compra de veículos blindados, aeronaves, material bélico, armamento de guerra e treinamento de pessoal.

Desconforto
A chegada dele ao Presídio Federal de Brasília, em março deste ano, causou mal-estar entre o ministro da Justiça, Sergio Moro, e o governador Ibaneis Rocha (MDB), contrário à permanência de lideranças de facções no Distrito Federal. À época, o emedebista mostrou-se preocupado com a segurança da capital da República, já que familiares e integrantes dos grupos criminosos se instalariam na cidade para ficarem mais perto de seus comandos.

Os presídios federais cumprem determinações da Lei de Execução Penal (LEP) e começaram a ser construídos em 2006. As unidades recebem detentos, condenados ou provisórios, de alta periculosidade. O isolamento individual é destinado a líderes de organizações criminosas, presos com histórico de crimes violentos, responsáveis por fugas e rebeliões, réus colaboradores e delatores premiados.

Além da Penitenciária Federal de Brasília, existem outras quatro de segurança máxima no país: Catanduvas (PR), Mossoró (RN), Campo Grande (MS) e Porto Velho (RO)

O líder da organização criminosa paulista foi trazido de Rondônia com outros três presos para o presídio do DF no mesmo dia que a Polícia Civil deflagrou uma operação e prendeu oito pessoas acusadas de fazerem parte do PCC na capital.

Presídio novo
O Presídio Federal de Brasília foi inaugurado em outubro de 2018. Os três primeiros detentos a ocuparem a penitenciária integram o PCC. O presídio conta com 50 celas individuais erguidas em uma estrutura de concreto armado e monitorada 24 horas por dia.

O líder máximo do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Willians Herbas Camacho, mais conhecido como Marcola, está em regime disciplinar diferenciado (RDD) desde sexta-feira (22/3), quando desembarcou no Presídio Federal de Brasília. O cabeça da facção paulista permanecerá em isolamento total por ao menos mais 14 dias em uma das 12 celas de 14 m² com cama, banco, mesa e vaso sanitário, todos feitos de concreto.

O período de RDD pode ser prorrogado pela administração do presídio. São oferecidas seis alimentações por dia, e as visitas de familiares e o banho de sol externo da cela estão proibidos. A cela possui uma adaptação que permite a entrada dos raios solares.

O monitoramento do criminoso é feito por agentes, 24 horas por dia, por meio de vídeos e sistema de áudio. As celas não possuem tomadas ou disjuntores. As luzes se acendem às 7h e são apagadas às 22h. A água do chuveiro é aquecida, mas apenas um agente pode ligá-la ou desligá-la, do lado de fora da cela. Os banhos, geralmente, são no fim da tarde.

Agentes que fizeram a escolta de Marcola de Rondônia para Brasília o descreveram como um preso que conhece as regras do sistema. Educado, perguntou apenas sobre informações básicas, como os dias e horários de visita.

O Departamento Penitenciário Nacional (Depen), órgão do Ministério da Justiça, não divulgou o número de presos que cumprem pena no local e nem mesmo os que estão em regime disciplinar. A permanência de Marcola na capital do país é temporária e estratégica, segundo o órgão.

“O objetivo é evitar que esses criminosos criem raízes ou se articulem. O Sistema Penitenciário Federal é uma das principais ferramentas de combate ao crime organizado. Aqui, cumprimos com rigor a lei, temos um forte trabalho de inteligência e contamos com uma estrutura inspirada em presídios norte-americanos”, explicou o diretor do Sistema Penitenciário Federal, Marcelo Stona.

Marcola está isolado em presídio do DF e não pode receber visitas

Questionado sobre as declarações feitas pelo governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), a respeito do possível aumento da criminalidade com a chegada do líder do PCC na capital, Stona respondeu que “boa parte da preocupação com relação à presença dele [Marcola] aqui se mostra pelo desconhecimento do Sistema Penitenciário Federal”.

O líder da organização criminosa paulista foi trazido de Rondônia com mais outros três presos para o presídio do DF, no mesmo dia em que a Polícia Civil deflagrou uma operação e prendeu oito pessoas acusadas de fazer parte do PCC na capital. A reação à transferência foi imediata. Ibaneis considerou a medida como “inadmissível” e ainda disse que o ministro da Justiça, Sergio Moro, “não entende nada de segurança pública”.

A convite do Ministério da Justiça a jornalistas, o Metrópoles visitou o complexo na manhã desta quarta-feira (27/3). Além das celas de RDD, a penitenciária possui mais 208 unidades para os presos do regime ordinário. Elas têm 6 m², cama, banco, mesa e banheiro. Os internos recebem um kit contendo o uniforme, de cor azul-clara, pasta de dente, desodorante, repelente, sabão líquido, sabonete, um par de chinelos e outro de tênis.

Eles têm direito a duas horas de banho de sol e três horas de visita, que é feita por meio de parlatório. Todas as conversas são gravadas e monitoradas. As prisões federais têm o mesmo estilo arquitetônico. As celas são iguais, bem como as cores dos muros. Elas foram inspiradas na prisão ADX Florence Supermax, localizada em Florence, nos Estados Unidos.

Os presos do regime ordinário podem ler livros e revistas, de temas predeterminados. O material é fornecido pela própria penitenciária. Os detentos também contam com uma estrutura médica (com clínicos-gerais, dentistas), além de psicólogos e assistentes sociais. É permitido apenas um por cela, que não pode ser riscada. O local precisa ser mantido de forma impecável.

JORGE SANTOS/AE CONTEÚDO

JORGE SANTOS/AE CONTEÚDO

Marcola foi preso pela primeira vez pela polícia paulista no final da década de 1990, por roubos a carros-fortes e bancos. Já na prisão, também foi condenado por formação de quadrilha, tráfico de drogas e homicídio. Até hoje, no entanto, Marcola nega que seja chefe da facção criminosa.

Recentemente, a Justiça o condenou a 30 anos de prisão no processo da Operação Ethos, que investigou o setor jurídico da organização criminosa. Com essa decisão, o total das penas impostas a Marcola já ultrapassa 300 anos.

Autor e Fonte: https://www.metropoles.com
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