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Estabilidade nos preços do café em novembro reflete apreensões sobre oferta e clima


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As cotações, sustentadas por fundamentos como quedas nos estoques certificados da Bolsa de Nova York (ICE Futures US), incertezas relacionadas à safra brasileira de 2024 e influências do cenário financeiro global, mantiveram-se firmes.

A queda dos estoques certificados em Nova York, situando-se abaixo de 300.000 sacas, atingiu níveis não vistos em 24 anos, gerando uma percepção de escassez na oferta. Embora haja razões específicas relacionadas aos estoques da bolsa, esse declínio impacta naturalmente as cotações futuras. O foco principal recai sobre a safra brasileira de 2024, cujas preocupações foram acentuadas pelas condições climáticas em novembro, marcadas por altas temperaturas e chuvas irregulares. Contudo, a expectativa é de condições mais favoráveis em dezembro.

Além das apreensões fundamentais, os aspectos financeiros globais têm exercido uma influência significativa na sustentação dos preços do café. A desvalorização do dólar em relação ao real e outras moedas contribuiu para essa estabilidade. O otimismo nos mercados quanto ao controle da inflação e recessão, aliado às ações dos Bancos Centrais, resultou em menor aversão ao risco, o que impactou positivamente o setor cafeeiro.

Na Bolsa de Nova York, o mercado consolidou-se acima de US$ 1,70 a libra-peso, aproximando-se de US$ 1,80 no final de novembro. A volatilidade persiste, e o mercado continua testando suportes e resistências ao longo do mês. No mercado físico brasileiro, os produtores almejam a marca de R$ 1.000,00 por saca para os cafés de melhor qualidade, embora essa meta seja desafiadora há um bom tempo.

Safra 2024: Perspectivas e Desafios Climáticos

SAFRAS & Mercado projeta a produção brasileira de café para a safra 2024/25 entre 69 e 71 milhões de sacas de 60 quilos. As estimativas preliminares indicam que a safra de 2024 deve atingir aproximadamente 46 a 47 milhões de sacas de arábica e entre 23 a 24 milhões de sacas de conilon. Essa projeção aponta para um potencial de safra semelhante ao recorde de 2020, impulsionado, em grande parte, pela melhoria na produção de conilon em comparação com os dois períodos.

Apesar das boas floradas e chuvas na primavera, indicando uma perspectiva positiva para a safra brasileira 2023/24, o consultor Gil Barabach destaca preocupações relacionadas às altas temperaturas e baixa umidade em novembro. O calor extremo observado é a segunda ocorrência, a primeira sendo em setembro. Barabach enfatiza a incerteza quanto ao impacto desses eventos climáticos na produtividade da próxima safra de café do Brasil, destacando que respostas definitivas só serão obtidas durante a colheita.

Apesar dos modelos meteorológicos apontarem para chuvas favoráveis em dezembro e aumento da umidade nos meses subsequentes, o consultor alerta para a presença do El Niño, cujos episódios intensos podem afetar negativamente a produção de café, como ocorreu em 2016, especialmente no Espírito Santo. Portanto, a vigilância climática continua sendo crucial.

 

Fonte: Portal do Agronegócio

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