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Rondônia

Especialista ressalta a importância do acompanhamento criterioso de crianças com HIV positivo


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Dados epidemiológicos registrados e acompanhados pela Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa) dão conta de que no período de 2004 até o mês de setembro de 2020 foram notificadas 872 gestantes infectadas com HIV/Aids em Rondônia, uma média de 54 mulheres grávidas por ano. No mesmo período avaliado foram notificadas 115 crianças menores de cinco anos convivendo com o vírus, o que demonstra uma média de sete crianças infectadas por ano.

Atenta a importância de se chamar a atenção acerca deste índice, a Agevisa debateu o tema com profissionais, estudantes da área de saúde e público em geral interessados no tema, durante a exibição da live Prevenção da Transmissão Vertical do HIV/Aids, transmitida na rede social da Agevisa, com a participação de especialistas no assunto.

Na abertura do evento, Ana Flora Gerhardt, diretora geral da Agevisa, falou sobre uma dificuldade enfrentada diariamente por profissionais de saúde. “A prevenção da transmissão vertical do HIV é um dos desafios da saúde pública, em conscientizar as mulheres grávidas a procurarem a Unidade Básica de Saúde (UBS) para realizarem o pré-natal”, destacou a diretora.

O médico infectologista Gladson Denny Siqueira, convidado do evento, discorreu especificamente sobre os cuidados necessários com as crianças que sofreram a transmissão por meio de suas mães no período da gravidez, a chamada transmissão vertical do HIV, que também pode acontecer durante o parto, caso a gestante não esteja em tratamento ou amamentação. “A primeira coisa que precisamos saber sobre um recém-nascido sabidamente de mãe positivo para HIV é se ela teve o acompanhamento regular com os profissionais de saúde”, destacou. Ele detalhou o sofrimento que as crianças nascidas de mãe positivas para HIV são submetidas:

“Quando a criança nasce precisa tomar um antiretroviral, e no prazo de 30 dias precisa fazer uma reavaliação. A criança exposta ao vírus HIV é uma criança igual as demais, mas especial no atendimento, ela vai ser encaminhada ao serviço de atendimento especializado e será submetida a realizar cerca de 35 exames”, explicou.

Entre os exames citados por ele estão RX  de tórax, ultrassonografia e ecografia. O bebê, com aproximadamente 30 dias de nascido começa a tomar antibiótico, até que a segunda carga viral dê negativo. ­­­Além disso, algumas crianças nascem com comprometimentos em órgãos vitais, coração e rins, e obstrução em outros órgãos.

O especialista explicou, ainda, que a criança exposta ao HIV, principalmente na transmissão vertical, não corre o risco somente à infecção do HIV. “Ele pode trazer consigo a Sífilis, Mononucleose, dentre outras doenças. Por isso até o segundo mês de vida, no mínimo, esses exames tem que apresentar resultado negativo”.

Na exposição, Gladson Siqueira fez um alerta aos profissionais de saúde sobre o acompanhamento das crianças com HIV positivo. “Toda criança que foi exposta ao vírus HIV precisa de acompanhamento. Essas crianças não podem ter qualquer tipo de infecção porque já vieram ao mundo naturalmente com o sistema imunológico comprometido. Então se eu tenho um acolhimento de uma criança normal, essa criança que foi exposta terá um acolhimento dez vezes mais aplicado, mesmo que aparentemente esteja bem”.

Outro grave problema apresentado pelo palestrante, é o fato de algumas mães não aceitarem a infecção e a doença. “Por isso é tão importante o trabalho interdisciplinar com outros profissionais, como psicólogo e assistente social, porque é extremamente necessário conscientizar essas mães do acompanhamento e administração do medicamento”, discorreu.

Amamentação

O médico explicou que a amamentação do bebê exposto ao HIV é completamente contra indicado. “Muitas ficam tristes, choram, mas não é pra amamentar, essa é a recomendação. Também não pode fazer a amamentação cruzada, ou seja, a criança ser amamentada por outra mãe. O que ainda pode é ser oferecido é leite do Banco de Leite”, ressaltou.

Para fechar, uma recomendação para as mulheres soropositivas que pretendem ser mães: “Que procurem atendimento especializado, quando esse  bebê nascer o tratamento é o mesmo e os colegas que trabalham na área fiquem atentos: a criança tem que ser acompanhada com regularidade até os 13 anos e deve cumprir completamente o Programa Nacional de Imunização. Toda criança nascida de mãe sabidamente HIV positivo, em tratamento ou não, quando vem ao mundo, nós temos que fazer uma reversão com o objetivo de tratá-la e ela tenha 100% de cura”.

Fonte: Secom – Governo de Rondônia

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