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Escola e Conselho Tutelar de Paraí afirmam que não receberam denúncias de maus-tratos contra o menino Miguel
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O Conselho Tutelar de Paraí, cidade da Serra do RS onde o menino Miguel dos Santos Rodrigues morava com a mãe antes de se mudarem para Imbé, a 300 km de distância, afirmou nunca ter recebido relatos de maus-tratos ou de agressões envolvendo a família. A mesma situação foi relatada ao G1 pela Escola Mateus Dal Pozzo, onde a criança de sete anos estudava até abril deste ano.
O corpo da criança é procurado pelos bombeiros no mar As buscas já estão no sexto dia.
Segundo a Polícia Civil, a mãe, Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues, confessou ter dopado a criança com medicamentos e jogado ele no Rio Tramandaí, que desemboca no mar.
Ela e a companheira, Bruna Nathieli Porto da Rosa, estão presas.
“Só tomei conhecimento agora do fato”, afirma a conselheira tutelar de Paraí Maria Therezinha da Silva Richetti. Ao saber do crime, pela imprensa, Therezinha entrou em contato com a Escola Mateus Dal Pozzo, onde Miguel estudou até abril desse ano. A equipe da escola também não sabia de nenhum histórico de agressões contra o menino.
“É uma surpresa. Nunca veio nenhuma denúncia, nada. Se não a gente teria tomado a providência, feito visita. A gente não tem como adivinhar que está acontecendo”, relata Therezinha.
A repercussão do caso na cidade fez com que o Conselho recebesse uma denúncia, de uma criança que pode estar em risco na última segunda-feira (2), e que deve ser averiguada pela equipe.
Na Escola Mateus Dal Pozzo, Miguel ingressou ainda na educação infantil. Em 2020, iniciou o primeiro ano do ensino fundamental, presencialmente, até a paralisação das atividades, em 19 de março.
Depois, iniciou o ensino remoto. Em 2021, voltou para o presencial, já no segundo ano do ensino fundamental. Até que em 30 de abril, foi transferido para a Escola Municipal Olavo Bilac, em Imbé.
Segundo informações repassadas pela escola, a mãe, sempre que solicitada, comparecia à instituição, participava da entrega de boletins e se fazia presente. Miguel é descrito como uma criança tranquila e sempre muito sorridente, sem dar sinais de que vivia sob maus-tratos.
A avó de Miguel é funcionária da escola há aproximadamente três anos. Ela foi afastada temporariamente das atividades após a morte do menino.
Em Imbé, nenhuma denúncia de maus-tratos
Na cidade do Litoral para onde a mãe de Miguel se mudou em maio com o menino, também não há relatos de que ele sofresse com as agressões.
A Defensoria Pública confirmou que a avó materna havia ingressado com um pedido de “guarda consensual da criança”. No entanto, o processo só começou a tramitar em 29 de julho, dia em que a polícia começou as buscas pelo corpo após confissão do crime pela mãe.
Relembre o caso
De acordo com a polícia, Miguel dos Santos Rodrigues teria sido medicado e teve o corpo jogado do Rio Tramandaí, em Imbé, no dia 29. Segundo a polícia, a mãe confessou o crime. Ela e a companheira estão presas.
De acordo com as investigações, o menino sofria intensa tortura física e psicológica. Ele era amarrado dentro de um guarda-roupa. A polícia teve acesso a vídeos e conversas em que a companheira fala com a mãe da criança e com a própria irmã sobre a compra de uma corrente que seria para amarrar o menino.
Mapa mostra localização, em Imbé (RS), onde mãe teria jogado corpo do filho. — Foto: G1/Arte
G1.globo.com