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Entrevista com Marco Feliciano: “Desafio a me mostrar um cristão que tenha cometido a tal da homofobia”


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Mariana Schreiber
Da BBC News Brasil em Brasília

O deputado e pastor Marco Feliciano (Podemos-SP), leal defensor do governo de Jair Bolsonaro no Congresso, sabe que ainda é impossível prever o cenário eleitoral de 2022.

Apesar disso, em entrevista exclusiva à BBC News Brasil, ele mostra que já pensa estrategicamente em como se posicionar para ser uma boa opção de vice na chapa do presidente na disputa pela reeleição.

Uma das maiores lideranças evangélicas do país, ele está de saída do Podemos, partido que assumiu forte discurso anticorrupção e se distanciou do clã Bolsonaro.

No entanto, não pretende entrar para o Aliança pelo Brasil, legenda que o presidente está construindo, porque reconhece que não seria boa uma chapa presidencial puro-sangue (com presidente e vice do mesmo partido).

O deputado, que já chegou a pedir o impeachment do atual vice, general Hamilton Mourão, diz que está estudando convites de oito partidos.

“Existe uma notícia dada pela imprensa, né? Sobre o presidente querer um evangélico pra ser vice dele. Eu não sei como será, não sei se serei eu. Então, tem que ser feito um estudo, porque se eu estiver no mesmo partido, uma chapa pura talvez não seja tão interessante”, afirma.

Feliciano, porém, se diz disposto a ajudar na tarefa do presidente de conseguir cerca de 500 mil assinaturas pelo país para fundar o novo partido. Se Bolsonaro pedir, diz, os evangélicos vão se mobilizar.

“Não precisa ser no próprio culto, a igreja pode marcar uma reunião extraordinária, pra não confundir a religião com a política, e o pastor contar o que está acontecendo e pedir pras pessoas irem até o cartório e fazer o registro. Isso é possível”, explicou.

Na entrevista, fica claro o total alinhamento de discurso entre o deputado e o presidente. Feliciano, que se projetou nacionalmente apoiando a pauta conservadora nos costumes, vem adotando também uma forte defesa do regime militar que governou o país ditatorialmente entre 1964 e 1985.

Apesar da falta de eleições diretas, da censura à imprensa e dos assassinatos políticos, o deputado considera que foi um período democrático.

O pastor reconhece que houve quase 500 pessoas mortas e desaparecidas pelo governo militar, mas considera ditadura são apenas regimes que mataram milhões, como a União Soviética, governada por Josef Stálin.

“Não houve ditadura militar porque foi o povo que pediu pra que isso (a tomado do poder pelas Forças Armadas) acontecesse”, defende.

Confira a entrevista:

Fonte: BBC News Brasil

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