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Energia furtada por ‘gatos’ em MT no 1º semestre poderia abastecer município por 5 meses


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A quantidade de energia furtada em Mato Grosso por meio dos conhecidos “gatos”, entre os meses de janeiro e junho deste ano, seria suficiente para atender o município de Várzea Grande, região metropolitana da capital, por cinco meses, segundo dados da concessionária do serviço no estado.

Em Várzea Grande, uma operação de combate aos “gatos” de energia foi realizada em mercados, distribuidoras e lojas. De acordo com o delegado Guilherme Bertoli, da Polícia Civil, foi constatado que proprietários de estabelecimentos comerciais estão furtando energia por meio da troca dos equipamentos de medição do consumo, alterando, assim, o valor pago pelo serviço.

De acordo com a concessionária de energia elétrica, cerca de 35 mil inspeções são realizadas mensalmente para diminuir o número de furtos de energia.

As fraudes e furtos de energia são crimes previstos no Código Penal e a pena pode variar de um a quatro anos de detenção. A pessoa é autuada por furto qualificado e não cabe fiança. Além disso, quem frauda a conta também deve pagar os valores retroativos referentes ao período em que ocorreu o furto, acrescidos de multa.

Operação de combate a furtos de energia foi realizada em Várzea Grande (Foto: TVCA/Reprodução)

Operação de combate a furtos de energia foi realizada em Várzea Grande (Foto: TVCA/Reprodução)

Prejuízo financeiro

Do total de furtos de energia elétrica registrados em Mato Grosso, 41% ocorrem em Cuiabá e Várzea Grande, segundo levantamento recente feito pela concessionária.

Os furtos de energia causaram prejuízo de R$ 262 milhões à concessionária de energia elétrica apenas no ano passado e fizeram com que o estado deixasse de arrecadar R$ 44,7 milhões em Imposto sobre operações relativas à Circulação de Mercadorias (ICMS). Em 2016, as perdas do estado foram de R$ 46 milhões.

Consequências para a população

As irregularidades também contribuem para tornar a conta de luz mais cara para todos os consumidores, segundo a empresa, uma vez que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) repassa uma parcela do prejuízo da distribuidora com o valor da energia furtada e dos custos para identificar e coibir as irregularidades.

Outra consequência negativa dos furtos de energia é a piora na qualidade do serviço prestado. As ligações clandestinas sobrecarregam as redes elétricas, deixando o sistema de distribuição mais suscetível às interrupções no fornecimento de energia.

Consumidores que adotam esta prática também estão colocando em risco as vidas deles e da população, pois pessoas não habilitadas que tentam manipular o medidor de energia ou realizar ligação direta na rede elétrica correm o risco de choque e acidentes graves, que podem ser fatais.

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