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Encontro de reumatologistas apresenta avanços no diagnóstico e tratamento de doenças reumatológicas
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O 23º Encontro Rio-São Paulo de Reumatologia e 13º Curso de Revisão para Reumatologistas objetivam informar e discutir os principais avanços no diagnóstico e tratamento de doenças reumatológicas, reunindo especialistas de todas as partes do Brasil para intercâmbio de informações, experiências, pesquisas, constatações clínicas e apresentação de trabalhos e pesquisas.
Segundo Karina Bonfiglioli, diretora científica da SPR- Sociedade Paulista de Reumatologia, os eventos propiciam que os reumatologistas troquem experiências inclusive com profissionais de outras especialidades como a neurologia e a dermatologia. “Nosso objetivo maior é aperfeiçoar nossos conhecimentos para poder oferecer aos pacientes reumatológicos diagnóstico e tratamento de ponta para propiciar melhor qualidade de vida e o controle da doença”, avalia.
Osteoporose atinge principalmente mulheres na pós-menopausa
Dor crônica será apresentada em estudo inédito
A diretora destaca- entre os vários temas- um estudo inédito sobre a dor crônica, ainda não publicado, que demonstra que a ocorrência da dor atinge 20% da população em geral, ou seja, das pessoas que estão em casa e ainda não procuraram um serviço médico. Em casos de pessoas que procuram assistência médica, conclui o estudo, que a dor é a principal causa de procura de atendimento médico no mundo.
Esse estudo inédito será apresentado pelo neurologista Daniel Ciampi, da USP, na aula “Fisiopatologia da dor”, que irá abordar novas descobertas nos mecanismos em que se estabelece a dor crônica, bem como relativas ao tratamento dessa condição. A aula ocorre na quinta-feira (14), às 17h, no 23º Encontro Rio-São Paulo de Reumatologia.
Para Ciampi, os dados sobre dor crônica são de extrema importância pois, em primeiro lugar, mostram que a dor crônica é algo prevalente e não raro. “Em segundo, é importante para quem faz política pública e vai ter que escolher onde realocar recursos”, explica.
O neurologista diz que a incapacidade que a dor crônica pode causar custa caro para o sistema de saúde público do Brasil, além de também causar efeitos negativos na vida pessoal do paciente.
O levantamento baseou-se em uma metanálise, que é uma técnica estatística que reúne diversos estudos já publicados e faz uma análise dos dados. Entre os países envolvidos na pesquisa estão o Brasil, China, Irã, Cingapura e Malásia. O estudo foi realizado pela Universidade de São Paulo e pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública.
Entre todas as doenças do mundo, o estudo mostra que a dor crônica aparece no top 10 de doenças mais prevalentes na humanidade, em duas situações: dor nas costas (1º lugar) e a enxaqueca (7º lugar).
Fraturas por osteoporose crescem no país
No Brasil, pesquisa detectou aumento da incidência de fratura de coluna vertebral acompanhando 707 pessoas. O estudo obteve o índice de risco de fratura vertebral de 40,3 para cada 1000 mulheres e de 30,6 para cada 1000 homens.
Os riscos estão relacionados a idade, em primeiro lugar, e osteoporose relacionada a baixa densidade mineral óssea (BMD- bone mineral density).
O estudo alerta para o fato de que o Brasil é o país com maior velocidade de crescimento da população idosa.
Segundo a reumatologista Karina Bonfiglioli, diretora científica da Sociedade, as quedas e fraturas em idosos com osteoporose tem influenciado na qualidade de vida e na sobrevida desses pacientes. “Fraturas, particularmente de fêmur, mas também de vértebras e membros superiores, podem ser fatais para os idosos. Isso ocorre geralmente por complicações relacionadas a procedimentos cirúrgicos, perda de funcionalidade e imobilidade crônica”, destaca a reumatologista.
Dados do Ministério da Saúde indicam que O SUS (Sistema Único de Saúde) gasta a cada ano mais de R$ 51 milhões com o tratamento de fraturas decorrentes de queda e R$ 24,77 milhões com medicamentos para tratamento da osteoporose, doença que atinge principalmente mulheres na pós-menopausa, caracterizada pela fragilidade dos ossos.
Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, a osteoporose é uma das principais causas de morbidade e mortalidade em idosos. A dificuldade e o alto custo do tratamento para o sistema de saúde tornam pertinente o desenvolvimento de métodos capazes de identificar o grupo de maior risco para que sejam implantadas medidas preventivas de fraturas osteoporóticas.
A osteoporose será um dos temas do 23º Encontro Rio- São Paulo de Reumatologia.
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