Emocional pode ser causa de doença que Bolsonaro suspeita ter? Entenda!

De acordo com aliados, o presidente Jair Bolsonaro, de 67 anos, está com suspeita de erisipela, uma doença infecciosa comum em pessoas com problemas na circulação sanguínea ou diabetes. Ela acomete principalmente os membros inferiores, embora possa aparecer no rosto.

Segundo pessoas próximas a Bolsonaro, o presidente teria relatado dores e feridas em suas pernas durante suas viagens de avião em meio à campanha eleitoral. Ainda de acordo com aliados, ele estaria sendo tratado com antibióticos há cerca de uma semana.

O que é erisipela e qual é a sua causa?

Também segundo relatos, Bolsonaro, que foi derrotado nas eleições presidenciais, teria comentado a visitas que sua doença é de “fundo emocional”. Porém o angiologista e cirurgião vascular, Mauro Figueiredo Carvalho de Andrade, membro da comissão de Doenças Linfáticas da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo (SBACV-SP), explica que a erisipela não tem relação com o estresse e nem outras questões emocionais.

Na realidade, essa é uma doença infecciosa causada pelas bactérias Estreptococo beta-hemolítico do grupo A e ocasionalmente Haemophilus influenzae tipo B, que penetram na pele através de ferimentos, como picada de inseto, frieira e micose. Ao atingir a pele, a infecção pode se espalhar pelos vasos linfáticos, aumentando os linfonodos, causando dor.

Os sintomas iniciais são semelhantes aos de uma gripe, podendo incluir mal-estar, fadiga, calafrios e febre alta. Com a evolução do quadro, podem surgir sintomas como vermelhidão no local afetado, inchaço, dor local, gânglios aumentados e vômitos.

O diagnóstico é feito a partir do exame clínico, observando os sintomas e a aparência da pele. A cultura de material cutâneo também ajuda a confirmar a doença. Exames complementares, como hemograma, tomografia e ressonância magnética, também podem ser usados.

Como funciona o tratamento de erisipela?

O tratamento da erisipela é feito com o uso de antibióticos. Normalmente, são utilizados medicamentos da família das penicilinas, usados por dez a 14 dias, por via oral nos casos mais simples. Além disso, podem ser utilizadas medidas de tratamento local, como utilização de compressas frias ou gelo.

De acordo com Mauro, dependendo da gravidade dos sintomas e do estado geral do paciente, principalmente os mais idosos e com doenças crônicas, a erisipela deve ser tratada em ambiente hospitalar com administração endovenosa dos antibióticos.

Erisipela é contagiosa?

Por se tratar de uma doença infecciosa, cuja transmissão ocorre através do contato com as bactérias, a erisipela pode ser contagiosa. Portanto, é importante evitar o compartilhamento de toalhas e objetos pessoais, principalmente com pessoas infectadas.

Como prevenir a erisipela?

A prevenção da erisipela é feita com o bom cuidado da pele, investindo na limpeza e evitando portas de entrada das bactérias causadoras da doença, como picadas de insetos, dermatoses cutâneas e traumas. Além disso, é importante controlar o diabetes, já que a doença é um fator de risco para a infecção.

“O acompanhamento médico adequado é essencial para reduzir as complicações da doença e para proporcionar boa qualidade de vida ao paciente”, afirma Mauro.

“A prevalência de erisipela é maior nos pacientes imunodeprimidos e nos portadores de insuficiência venosa, de varizes, edema de membros inferiores e com histórico de trombose. Cada episódio de erisipela leva a um aumento exponencial no risco de outros episódios, por isso é muito importante que o paciente e os familiares sejam instruídos sobre os sinais de alerta e os cuidados preventivos”, completa Fábio Rossi, presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular, da Regional de São Paulo (SBACV-SP).

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