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Emergências em saúde pública são controladas por Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Rondônia
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As emergências de saúde pública em Rondônia são detectadas e coordenadas pelo Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs), que contribui para ações imediatas de combate à propagação de doenças graves nacionais e internacionais. A rede faz parte da Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa) e nasceu do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), do Ministério da Saúde, em 2005.
O regulamento deve prevenir e controlar a resposta de saúde pública contra a propagação das doenças de grande gravidade, onde as portas de entrada das doenças estão por terra, ar e água. Abrangendo tudo que diz respeito ao fluxo de pessoas, alimentos e animais, normas foram estipuladas e o significado do risco de saúde pública é de grande relevância, determinado por graus, podendo ser em uma localidade, região ou abrangência macro. Cada estado deve detectar e dar respostas às emergência de saúde pública. Nacionalmente, a portaria n°30 de julho de 2015 criou o Cievs determinando a instalação estadual em até cinco anos, onde em Rondônia a portaria n° 331 de fevereiro de 2011 estabeleceu o centro vinculado diretamente à Agevisa.
As emergências de caráter internacional podem ou não atingir diretamente alguns estados. Rondônia como um Estado de fronteira atua com ações imediatas e suporte aos municípios, para trabalhar nas emergências de saúde pública estabelecidas pela portaria n° 204, que pode ser botulismo, carbúnculo ou antraz, cólera, febre amarela, febre do Nilo ocidental, hantaviroses, influenza, peste, poliomielite, raiva humana, sarampo, síndrome febril íctero-hemorrágica aguda, síndrome respiratória aguda grave, varíola, tularemia, tétano neonatal, difteria, doença de chagas aguda, meningite, dentre outras. A emergência em saúde pública circunstancia também eventos de distúrbios sociais e desastres ambientais, como enchentes.
O Cievs estadual trabalha na captura de rumores de emergência por meio da mídia nacional e internacional, sobre o que pode afetar o Estado, e nas respostas imediatas. O trabalho acontece em escalas de plantão de 6, 12, e 24 horas, com uma equipe de nove profissionais em nível superior, como médicos, enfermeiros, biomédicos, veterinários e farmacêuticos. A rede acompanha as publicações em sites regionais, nacionais e internacionais, pelo mecanismo de busca no Google Notícias, onde desmente ou confirma as suspeitas das doenças, tomando providências imediatas. Mas, o meio mais influente de divulgação das notícias é por grupos do WhatsApp, em qualquer momento do dia ou noite. “É um serviço sentinela que não pode dormir, toda informação é essencial para uma ação rápida”, disse coordenador estadual do Cievs, Sid Orleans, sobre a assistência imediata que faz a diferença na resolução de casos.
Havendo rumores relacionados às doenças da portaria 204, os responsáveis diretos são acionados pelo Cievs, ou geralmente os profissionais de saúde dos municípios informam à rede, seguindo as normas e registrando a suspeita do caso também pelo Formulário de Notificação de Risco. As notificações são conferidas diariamente pela equipe do Cievs, que também conta com o Sistema de Informações de Agravos de Notificação (Sinan), onde todos os estabelecimentos de saúde devem registrar os casos no sistema.
“Se o município informa ao Cievs, o Estado apoia mais rápido”. Esse é o slogan da rede que oferta múltiplas ações aos profissionais de saúde, médicos, enfermeiros, em casos de agravos raros e inusitados, seguindo o protocolo do RSI, para prevenção da doença, com vigilância sanitária e orientações.
Ligado à direção geral da Agevisa, perpassa todas as vigilâncias e pode acionar a Força Nacional se houver a necessidade, contando também com uma equipe de profissionais especialistas em epidemiologia do Ministério da Saúde. Os profissionais que formam a equipe do Cievs foram capacitados como especialistas em emergência em saúde pública e o Estado conta com 18 deles distribuídos na capital e interior.
Atuando com destaque nos desastres ambientais, protagoniza as investigações e ações junto à Defesa Civil, pois todo evento que envolve múltiplas vítimas, ou um óbito, é considerado uma emergência. Nas investigações de emergência, como no caso de botulismo em São Miguel do Guaporé, todas as esferas e órgãos necessários são acionados para controlar um surto. “Essa notícia chegou ao Cievs cinco horas depois de os pacientes darem entrada no hospital em São Miguel. Acionamos o nosso programa estadual de imunização para saber quantas ampolas de soro anti-botulímico tínhamos, acionamos o Ministério da Saúde, vigilância sanitária, gerência regional de saúde em Cacoal, epidemiologia e enfermeiros dos hospitais envolvidos.”, explicou o especialista Sid Orleans, sobre a atuação que envolveu mais de 30 profissionais.
A rede Cievs inicia nesse mês de fevereiro um treinamento com todos os profissionais dos estabelecimentos de saúde do Estado, com instruções e procedimentos de atuação na emergência em saúde pública, para alcançar um nível de harmonia e garantir a assistência imediata, sensibilizando as pessoas sobre a importância do trabalho realizado pelo Cievs. “A nossa missão esse ano é fazer com que o profissional que recebe o paciente esteja atento na responsabilidade sob o manejo nos primeiros atendimentos e seja integrado ao grupo de informação estratégica”, afirmou Josefa Ramos, enfermeira especialista.
A ordem do dia da equipe de profissionais do Cievs é a coordenação das investigações sobre o Barbeiro (besouro) e a doença de chagas, em articulação com o programa estadual, para orientações aos produtores e vendedores do açaí. E, nos últimos quatro meses, monitora também os casos de meningite, botulismo, leptospirose e leishmaniose. O atendimento do Cievs para os profissionais de saúde, instituições públicas e privadas, pode ser por meio das redes sociais e no telefone 0800 642 5398.