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Embrapa vai apostar em CRISPR, diz novo presidente


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O pesquisador Celso Luiz Moretti foi confirmado este mês como presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) pela ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina. De acordo com ele, a Embrapa vai continuar a ter uma “uma agenda robusta” em 2020, sendo que três frentes de atuação terão prioridade.

A primeira delas é a pesquisa de CRISPR (Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats), ou simplesmente “edição genômica”. A técnica permite, por meio das chamadas tesouras genéticas, editar o DNA de plantas, animais e microrganismos.

Segundo Moretti, um dos objetivos dos pesquisadores da Embrapa será tornar a soja brasileira mais adaptada à seca. Outro objetivo anunciado pelo novo presidente da empresa é tornar a oleaginosa brasileira mais resistente aos nematoides – um problema que vêm crescendo exponencialmente nas lavouras do país e já causam perdas de R$ 35 bilhões ao ano.

“Acredito que essa tecnologia substituirá os transgênicos. Isso vai impactar na questão de barreiras a alimentos que hoje, por exemplo, não conseguem chegar à Europa por causa da transgenia”, avalia Moretti. Ele menciona que outra pesquisa que pretende avançar com CRISPR é para reduzir o problema do escurecimento do feijão, provocado pela exposição à luz, altas temperatura e umidade durante o armazenamento.

Outra frente de atuação que o novo presidente da Embrapa promete investir é o início do processo de certificação e comercialização de produtos com a marca conceito Carne Carbono Neutro (CCN). O objetivo é neutralizar os gases que o rebanho produz durante seu ciclo de cria, recria e engorda com uma aposta forte na criação via ILPF (Integração Lavoura Pecuária Floresta).

A terceira prioridade da nova gestão será o investimento em agricultura digital. “A gente utilizará mais drones, mais sensores, mais internet das coisas, para que a agricultura brasileira avance a passos mais largos e mais rapidamente”, explicou Moretti. Atualmente no Brasil só 65% do território está conectado pela internet de banda larga.

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