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Embaixo e em cima da terra: Vermes de solo acendem o sinal de alerta em Mato Grosso


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O nematoide Aphelenchoides vem sendo constatado a presença desde 2017 nas lavouras de algodão.

Os nematoides são vermes de solo que tradicionalmente causam danos para a cultura do algodoeiro com consideráveis perdas de produção. Na média, estima-se de 10 a 15% de perdas produção no Estado em função de Fitonematoides. Segundo especialistas, o nematoide das galhas e o reniforme são os principais problemas na cultura no Estado. Entretanto, o Aphelenchoides besseyi tem deixado os produtores rurais, em especial os de algodão, em alerta.

Manejar nematoides não é nada fácil, existe dificuldades na correta diagnose, pois por serem microscópicos, necessita-se de auxilio constante de análise laboratoriais para a identificação e quantificação desses parasitas. “O Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt) tem esse papel de mostrar para o produtor que ele realmente tem a incidência e o quanto de problema isso pode estar causando”, pontua Rafael Galbieri, pesquisador do IMAmt. Medidas de controle tem que ser adotadas direcionadas especificamente para as espécies presentes em uma área de manejo.

O nematoide Aphelenchoides vem sendo constatado a presença desde 2017 nas lavouras de algodão, e, desde então, informações vem sendo obtidas por meio de um trabalho em parceira com diferentes instituições como IMAmt, EMBRAPA, EPAMIG, Grupo Sheffer, Bom Futuro, AGROLAB, IFMT e APROSMAT. “É um nematoide que sobrevive no solo, mas que causa infecção e colonização também na parte aérea da cultura. Inclusive, sua diagnose e quantificação é toda direcionada para a parte aérea da planta como folhas, caules, nós, brácteas… É um nematoide diferente, temos muito que estudar para melhor compreende-lo e aí aferir em seu manejo, inclusive desenvolvendo produtos e sistemas que poderão auxiliar os produtores”, diz Galbieri.

Hoje, infelizmente, paira a incerteza da evolução ou não do problema, que é exclusivamente de nossas condições tropicais com elevada umidade durante o clico da cultura, o que é fundamental para o desenvolvimento do nematoide. Atualmente, há presença confirmada desse nematoide parasitando o algodoeiro, em praticamente todos os núcleos de produção da cultura do Estado.

No Congresso Brasileiro do Algodão, que será realizado em Goiânia em agosto, será discutido o tema e apresentado um panorama de sua evolução na cultura do algodoeiro no Estado de Mato Grosso. “Temos que unir esforços e informações para nos preparar para as próximas safras quanto a esse nematoide”, afirma o pesquisador Rafael, ressaltando que o congresso é uma excelente oportunidade para isso.      

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