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Embaixador do Quênia visita Rondônia e afirma que estado pode ajudar a mitigar fome na África
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O jovem Estado de Rondônia impressiona pelo seu desenvolvimento, pela capacidade que tem demostrado ao atravessar uma das piores crises econômicas do País com estabilidade financeira e pela força do agronegócio. Qualidades que despertaram o interesse do embaixador do Quênia, Isaac Oshink, em conhecer Rondônia. Ele esteve na tarde desta quinta-feira (14) reunido com os principais secretários de estado, no Palácio Rio Madeira, em Porto Velho.
‘‘Desde que os embaixadores da África foram convidados pelo governo a conhecer Rondônia, há uns dois anos, comecei a pesquisar. Sabia que tinha alguma coisa nesta tal de Rondônia que precisava conhecer, e agora eu sei: vocês podem ajudar a mitigar a fome na África. Rondônia é uma importante ferramenta de desenvolvimento do Brasil, mas não precisa ficar restrito ao Brasil ou aos países vizinhos. Vamos trazer Rondônia para dentro da África’’, disse o embaixador.
Garantir a segurança alimentar de seu povo é a principal preocupação do embaixador nos negócios com Rondônia. Em contrapartida, Rondônia é um dos mais pulsantes estados produtores de alimentos do Brasil, sendo o principal produtor de peixe de água doce em cativeiro, tendo o sétimo maior rebanho bovino do País e avança na produção de grãos como arroz, soja e milho.
O secretário de Planejamento, Orçamento e Gestão (Sepog), Pedro Antônio Pimentel, disse que o orçamento de Rondônia chega a quase R$ 8 bilhões. ‘‘O crescimento de Rondônia é espetacular’’, considera. ‘‘E 60% dele é proveniente do setor produtivo’’, completou o secretário de Finanças, Franco Ono. Os dados detalhados do agronegócio de Rondônia foram apresentados ao embaixador, pelo secretário da Agricultura, José Paulo Gonçales.
De acordo com o levantamento de 2017, Rondônia produziu mais de 860 mil toneladas de soja, e a projeção é que chegue a um milhão neste ano; a pecuária já chega a 14.091.378 cabeças de gado, sendo mais de dez mil de corte, e chegou à marca de mais de 94 mil toneladas de peixe, enquanto que a produção de milho foi de 933.957 mil toneladas. E foi este último dado que mais chamou a atenção do embaixador.
O que tem justificativa. No Quênia, o milho é como se fosse o feijão e arroz do Brasil. Ele é transformado em um tipo de polenta que serve de base à alimentação para ser consumida acompanhada da carne ou do frango, por exemplo. Segundo o embaixador, são consumidas 430 mil toneladas de milho por ano no País. Impressionado com a produção de milho em Rondônia, ele quis saber como o estado chegou a este número.
O secretário explicou que três fatores foram essenciais: solo, clima e, principalmente, as variedades de milho adaptadas a cada região do estado desenvolvidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O milho é plantado no período de chuva, e na entressafra da soja, ou seja, a mesma área que se planta soja também é utilizada para o plantio de milho. Além disso, 90% da produção é mecanizada. Mas aqui, ao contrário do Quênia, o milho é utilizado principalmente na composição de ração para aves, peixes e para o gado de corte.
‘‘Queremos ter um relacionamento cooperativo com Rondônia para sustentar meu povo e podemos começar com o milho’’, disse o embaixador. Ele ainda propôs que Rondônia forneça um pacote tecnológico para o desenvolvimento do setor agrícola no Quênia para que seja a porta de entrada dos produtos de Rondônia para a região onde o País está localizado. ‘‘São 400 milhões de consumidores, praticamente dois brasis’’, provocou o embaixador.
‘‘Temos o interesse de fazer esse intercâmbio, o que vai aquecer a economia de Rondônia. E se houver interesse de empresários para se instalar aqui, nós temos um programa de incentivo tributário para deixar os produtos mais competitivos no mercado externo’’, disse o secretário de Finanças, Franco Ono.
A reunião de recepção do embaixador teve como anfitrião o secretário-chefe da Casa Civil, Eurípedes Miranda, que representou o governador de Rondônia, Daniel Pereira. A apresentação dos dados do desenvolvimento econômico de Rondônia durou cerca de duas horas, a maior parte do tempo o embaixador não continha a surpresa de encontrar o estado em uma situação tão positiva e com tantas possibilidades de negócios.
‘‘Digam ao governador que estou tão contente que não queria que essa reunião terminasse, e que fui muito bem recebido por esta equipe que passou as informações com clareza e simplicidade. Agradeço pela receptividade que sempre tiveram com a África, e agora com o Quênia’’, disse o embaixador.
Também participaram da reunião o primeiro secretário da embaixada do Quênia, Stanley Kimany; o representante de Desenvolvimento de Negócios da AfroChamber, Ricardo Latkani; diretor executivo da Superintendência Estadual de Desenvolvimento Econômico e Infraestrutura (Sedi), Antônio Geraldo; presidente da Agência de Defesa Agrossilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron), Anselmo de Jesus; o chefe da Casa Militar,tenente coronel Júlio Martins Figueroa Faria; o secretário de Desenvolvimento Ambiental (Sedam), Hamilton Santiago; o superintendente de Estado para Resultados (EpR), Ricardo Favaro Andrade; o vice- diretor presidente da Emater, Francisco de Assis Sobrinho; e o sub-chefe da Casa Civil, Helder Risler de Oliveira.