Mato Grosso
Emanuelzinho: “é uma responsabilidade muito grande carregar o sobrenome Pinheiro”
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Ele entrou forte na briga por uma vaga na Câmara Federal, seu nome é era dado como eleito antes mesmo do início da campanha de 2018. De fato, com a urnas abertas, Emanuelzinho Pinheiro (PTB) alcançou 78.718 votos, um resultado expressivo para quem estava concorrendo a um primeiro mandato e tendo apenas 23 anos de idade.
Emanuel Pinheiro Neto – como pretende ser chamado, embora esteja registado como Emanuel Pinheiro de Amorim da Silva Primo – é filho do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro; neto de Emanuel Pinheiro (pai) e sobrinho do ex-senador Jonas Pinheiro. Todos nomes que, segundo ele, são sua inspiração para a vida política.
Ao LIVRE, aliás, o jovem parlamentar falou do peso de carregar o sobrenome. Também acerca da “fama” de o mandato seria seu primeiro emprego. E, ainda, se posicionou sobre a polêmica possibilidade do fim do Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), profissão para a qual se formou.
1 – Esse é teu primeiro emprego, tu acabou de receber teu primeiro salário, o que fez com ele?
Só para esclarecer, eu tive três empregos antes. Trabalhei na Defensoria Pública por dois anos, depois em um escritório de advocacia e fui assessor parlamentar antes de chegar ao posto de deputado federal. Meu primeiro salário eu estou guardando, economizando, juntando em uma poupança para que eu possa, futuramente, investir. Porque política é uma vocação, não é uma profissão. A qualquer momento pode acabar meu mandato e eu tenho que seguir minha vida.
2 – Você está levando em conta a reforma da Previdência, deputado?
Posso até considerar a reforma da Previdência [para e economia do salário] de forma assertiva. O projeto do governo coloca os parlamentares para responderem como um cidadão comum, já que acaba com as aposentadorias especiais.
3 – Aumentou o assédio depois que você foi eleito deputado federal?
Olha, tenho que assumir que aumenta, sim. Acho que é porque aparecemos mais, não por sexismo distorcido, não. A gente começa a aparecer mais e o assédio aumenta.
4 – Seu pai já disse que sua mãe, a primeira-dama Márcia Pinheiro, vetou a reeleição dele à Prefeitura de Cuiabá. E você, defende que ele se candidate?
A rotina de político é sempre muito intensa, é corrida e muito atribulada, perdemos um pouco o contato com a família. É natural que toda mãe de família, qualquer esposa, sinta essa falta. Mas ela já está há 30 anos com Emanuel Pinheiro (MDB), sabe que ele é um vocacionado, que é um político nato. Sei que a decisão que ele tomar, ela vai acompanhar. Sigo esse pensamento. Se ele decidir ser candidato novamente, ela apoia ainda mais.
5 – Você está formando em Direito. O que acha da proposta de seu colega, José Medeiros (Podemos), de acabar com o exame da Ordem?
Penso que seja algo negativo como um todo para a advocacia. Acaba nivelando a atividade por baixo. Temos um excedente quadro de bacharéis no mercado de trabalho ao mesmo tempo em que existem inúmeras faculdades abrindo sem o devido critério técnico e qualitativo para acompanhar essa demanda excedente.
Os advogados já estão com dificuldade de se manter no mercado de trabalho. Hoje, a renda é razoável, se aumentar essa oferta, o salário tende a cair ainda mais. Além disso, o Direito não pode ser tratado como uma mercadoria. Diferente de outras profissões, o advogado não vende uma mercadoria.
Gostaria de complementar que o Exame de Ordem não avalia somente questão teórica, mas a prática do advogado. Você precisa provar seu conhecimento do processo como um todo.
SAIDEIRA – Em quem você se inspira na política?
Primeiro em meu pai, por ter acompanhado os bastidores. Já vi ele com e sem mandato. E a política é difícil de fazer sem mandato. Ele ficou oito anos fora, advogou e foi professor. Neste período, conseguiu se superar. Eu tenho uma grande inspiração nele e uma admiração pelo meu tio, senador Jonas Pinheiro (já falecido), meu avô, Emanuel Pinheiro (já falecido).
Esses são da família. De fora, tenho uma grande admiração por Ulisses Guimarães (já falecido). Era muito bom e político que conversava com todos os lados. Sempre sabia conciliar e levar a melhor alternativa a favor do Brasil.
É uma responsabilidade muito grande carregar o sobrenome Pinheiro. Não carrego só meu nome, mas de pessoas que fizeram história na Câmara Municipal de Cuiabá, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, no Congresso Nacional e na Prefeitura de Cuiabá. Fico com ainda mais responsabilidade de fazer um grande mandato e de melhorar a vida das pessoas.