Mato Grosso
Em entrevista a Wilson, José Riva defende bicheiro Arcanjo
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O polêmico ex-presidente não isentou antigos colegas por terem entrado no esquema.
Em polêmica entrevista dada no Programa Wilson Santos – produção do deputado estadual que possui o mesmo nome – o ex-presidente da Assembleia Legislativa (AL), José Riva, saiu em defesa do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, nesta semana, em relação ao esquema montado de desvio de dinheiro junto a vários parlamentares mato-grossenses no tempo em que esteve a frente da AL/MT.
Riva, que comandou o legislativo estadual por seis biênios em toda história, ou seja, exatos 12 anos, já delatou que pelo menos 33 nomes que compuseram o parlamento no período encheram os bolsos. Um dos assuntos abordados no papo com Wilson foi a relação da ALMT com Arcanjo, que recebeu R$ 27 milhões do parlamento entre 1995 e 2002, por meio de 22 cheques.
“Ele não fez nada para nós com a ‘faca no pescoço’. Ele não obrigou ninguém a entrar na factoring dele (…) Não posso dizer que Arcanjo tenha sido desleal. Nós não podemos ser hipócritas. Nós poderíamos não ter aceitado. Os métodos de cobrança que diziam que ele tinha, nunca aplicou conosco. Nunca teve nenhum tipo de retaliação, mas é lógico que ele cobrava duro”, relembrou.
Apesar de evitar críticas, Riva assumiu que essa relação foi prejudicial à sua vida política. “Foi prejudicial à imagem do Parlamento e à minha carreira. Fui prefeito [de Juara] durante seis anos e não tive problemas. Minha carreira ficou prejudicada, porque passei praticamente a minha vida pagando essa conta”, relatou.
O ex-presidente legislativo revelou quando assumiu, em fevereiro de 1995, tomou conhecimento que a Assembleia devia para o comendador e tratou de quitar. “Só para se ter uma ideia, o duodécimo da Assembleia naquele ano era de R$ 36 milhões. Houve suplementação e deve ter fechado em R$ 45 milhões. Na prisão do Arcanjo [em maio de 2003] nós já tínhamos fechado o pagamento”, revelou.
CONFIRA A ÍNTEGRA DA ENTREVISTA DE RIVA AO PROGRAMA WILSON SANTOS:
Operação Arca de Noé
Deflagrada em 2002, a Operação Arca de Noé revelou um esquema de desvio de dinheiro público liderado pelos ex-deputados José Riva e Humberto Bosaipo. Os cheques eram emitidos pela Assembleia Legislativa como se fossem pagamentos para empresa, mas os serviços não eram prestados.