A solenidade de diplomação dos candidatos vitoriosos na eleição de outubro, realizada na noite desta quarta-feira, 19, no Teatro Universitário da Ufac foi marcada por gritos da plateia de “Fora PT”, de um pequeno protesto de estudantes contra os cortes federais para a Educação.
O ponto máximo foi a entrega do diploma ao progressista Gladson de Lima Cameli, 40, eleito governador do Acre.
A cerimônia foi organizada pelo pelo Tribunal regional Eleitoral (TRE) e marca a última etapa da eleição, antes da posse dos vencedores.
Em seu discurso de pouco mais de 10 minutos, Cameli fez duras críticas à situação do estado que lhe será passada em janeiro, após 20 anos de governos petistas. Ao fim, ele dedicou sua diplomação e vitória ao tio, o ex-governador Orleir Cameli (1995-1998), morto em 2013.
O progressista não chegou a citar o termo “herança maldita”, mas suas palavras transpareceram que iniciará um governo com grandes desafios.
“O estado que herdamos ocupa a última posição entre as 27 unidades da federação no ranking da competitividade. Receberemos um governo abaixo da média nacional em eficiência da máquina, sustentabilidade ambiental, inovação, apoio ao capital humano, proteção social, solidez fiscal, entre outros itens”, disse ele.
O governador eleito também fez referências ao atual momento de crise na segurança, citando Rio Branco como a capital mais violenta do país. O sucessor de Sebastião Viana ainda falou sobre os indicadores do IBGE que apontam metade da população do Acre vivendo abaixo da linha de pobreza.
Gladson cameli disse que todos esses problemas passam a ser de seu governo a partir de 1º de janeiro.
Num tom mais conciliador, Gladson cameli pediu o apoio de todos os deputados estaduais eleitos para garantir a governabilidade na Assembleia Legislativa. De acordo com ele, todas as diferenças partidárias devem ser colocadas de lado para ajudar na solução dos problemas herdados.
Ainda em seu discurso, o futuro chefe do Palácio Rio Branco falou sobre a situação previdenciária e fiscal do estado, que ele classificou como grave e um veneno.
“Se nada for feito, em alguns meses, esse rombo impedirá o estado de funcionar. Buscar a solução desse problema não é apenas necessário. É urgente! É lutar pela nossa sobrevivência”, disse.
Diante desses desafios apresentados, Gladson Cameli afirmou que será necessário fazer não apenas um bom governo, mas um ótimo governo.
Discurso de Gladson Cameli após ser diplomado governador do Acre
“Não será suficiente apenas fazer. Teremos que reconstruir. Não será suficiente apenas idealizar. Teremos que concretizar.”
Além de Gladson Cameli, também recebeu o diploma do Tribunal Regional Eleitoral o seu vice, Major Rocha (PSDB). Os outros dois majoritários eleitos em outubro foram os senadores Sérgio Petecão (PSD) e Márcio Bittar (MDB).
Na diplomação dos candidatos proporcionais, dois diplomas deixaram de ser entregues: o do deputado federal eleito Manoel Marcos e o da deputada estadual reeleita Doutora Juliana, ambos do PRB.
Os dois foram presos na semana passada durante a Operação Sentimos, realizada pela Polícia Federal, que detectou desvios de recursos do fundo eleitoral para compra de votos. Em sessão realizada nesta terça-feira (18), os membros do Tribunal regional Eleitoral decidiram cassar o diploma da dupla.