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Cuiabá-MT

Em carta, entidades do setor ferroviário dizem que BRT na Grande Cuiabá custará mais do que o previsto


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Entidades ligadas ao setor ferroviário emitiram uma carta aberta apontando 16 inconsistências na mudança proposta pelo governo para a troca do modal de transporte entre Cuiabá e Várzea Grande, do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) para o Ônibus de Trânsito Rápido (BRT).

Segundo elas, o BRT não passa de uma faixa para transporte público e que custaria R$ 340 milhões a mais do que foi orçado pelo estado.

O governo de Mato Grosso contesta as alegações das entidades, reafirma o valor da tarifa em R$ 3,04 e questiona a metodologia usada do estudo.

Segundo as entidades, o VLT seria o melhor modal para resolver o problema do transporte de pessoas entre as duas maiores cidades de Mato Grosso. Argumentam ainda que o VLT atrapalharia menos o trânsito de veículos automotores.

VLT: Obra de trem prevista para a Copa não anda há sete anos

Outro ponto destacado pelas entidades é o fato do governo ainda não dispor de projetos básico e executivo para a implantação do BRT e mesmo assim ter defendido a mudança de modal. As entidades e o consórcio construtor alegam que o VLT já possui as licenças necessárias para construção e também já contam com projeto básico e executivo da obra.

A construção do VLT de Cuiabájá custou R$ 1,066 bilhão aos cofres do estado de Mato Grosso. O BRT foi proposto como uma alternativa mais barata. O governo estima que a obra vai custar R$ 480,5 milhões. Entretanto, as entidades ligadas ao setor ferroviário dizem que o a obra custará R$ 820 milhões e que a tarifa será de R$ 5,70 e não de R$ 3,04. Segundo as entidades, a estimativa é de que a tarifa do VLT seria de R$ 4,40.

A Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra-MT) reafirmou que o valor da tarifa previsto para o BRT é de R$ 3,04, valor inferior a estimativa para VLT que é de R$ 4,40. Destacou que ao contrário do que foi apresentado pelas entidades, a aquisição dos veículos e das baterias são investimentos realizados pelo estado e o seu valor não será repassado ao usuário do transporte, não interferindo no valor da tarifa.

Obra do VLT está parada desde dezembro de 2014. Governo de Mato Grosso fez troca de modal e já pagou empréstimo feito para pagar custos do VLT — Foto: Mayke Toscano/Gcom-MT

Obra do VLT está parada desde dezembro de 2014. Governo de Mato Grosso fez troca de modal e já pagou empréstimo feito para pagar custos do VLT — Foto: Mayke Toscano/Gcom-MT

Por último, as entidades dizem que o BRT não ficaria pronto em 24 meses, mas sim em 50 meses, ou seja, a população não poderá usar em meados de 2025, como o prometido pelo governo.

Segundo o governo, o estudo apresentado pelas entidades não expõe metodologias de cálculo em relação aos custos do BRT e do VLT.

A contratação da empresa construtora do novo modal foi aberta pelo governo do estado com previsão de pregão para janeiro. No entanto, houve a suspensão temporária da licitação devido à pandemia da Covid-19. A abertura das propostas está marcada para o dia 17 de março.

A obra

 

Projeto do BRT abrange áreas centrais de Cuiabá e Várzea Grande, diz governo — Foto: Governo de Mato Grosso

Projeto do BRT abrange áreas centrais de Cuiabá e Várzea Grande, diz governo — Foto: Governo de Mato Grosso

O projeto de construção do BRT foi lançado em substituição ao Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), obra prometida para a Copa do Mundo de 2014 e que não ficou pronta até hoje. A licitação em andamento prevê a construção de dois corredores, um ligando a cidade de Várzea Grande ao CPA e outra linha do Coxipó ao Centro de Cuiabá.

A licitação prevê que a empresa vencedora irá construir 46 estações e três terminais, bem como ciclovia, parque linear e replantio de árvores.

Dentro do valor da obra ainda está inclusa a construção de um viaduto para passagem do BRT na rotatória das avenidas Fernando Corrêa da Costa e Beira Rio, uma nova ponte sobre o Rio Coxipó, a criação de um parque linear na Avenida do CPA, a requalificação do Largo do Rosário e demais adequações no trânsito.

Segundo o governo, além disso, todas as obras de infraestrutura realizadas anteriormente para o VLT serão aproveitadas.

Entre as vantagens do BRT, segundo o estado, estão tarifa mais acessível em relação à do VLT, a possibilidade de expansão para outras regiões e custo menor de construção.

Além disso, os demais ônibus de Cuiabá e Várzea Grande poderão utilizar o novo corredor, trazendo melhorias para a mobilidade urbana da região, argumenta o governo.

G1.globo.com

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