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Em 18 dias, AC registra mais de 4,6 mil focos de queimadas e supera em 74% nº do mesmo período de 2021


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Mais de 4,6 mil de focos de queimadas no Acre em 18 dias de setembro. O dado, do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), é 74% maior do total registrado no mesmo período do ano passado.

De 1º a 18 de setembro de 2021, o Acre teve 2.672 focos de queimadas. O programa utiliza dados de queimadas captados diariamente pelo satélite de referência Aqua para fazer os levantamentos.

O estado acreano registrou um salto nos focos de queimadas neste mês de setembro. Em apenas cinco dias foram 1.760 focos. Desde julho que esse aumento pôde ser percebido pelas equipes de fiscalização e combate.

Em julho, o estado registrou 313 focos, em agosto subiu para 2.638 e agora em setembro já ultrapassa 4,6 mil.

A coordenação da Operação Fogo Controlado do Corpo de Bombeiros chegou confirmar, no início do mês, que esse salto nos número era esperado porque em agosto ainda havia algumas chuvas passageiras e o período foi mais ameno. Já no início de setembro não houve chuvas significativas no estado.

Em alerta

 

Em dados gerais, o total de focos de queimadas registrados entre janeiro e setembro deste ano é mais de 7,7 mil em todo estado.

O coordenador da Operação Fogo Controlado do Corpo de Bombeiros, tenente Francisco Carlos Freitas Filho, explicou que as equipes já atenderam 800 ocorrências de incêndios no estado. Ele destacou também que, apesar da chuva registrada na semana, as equipes seguem em alerta máximo.

“Os trabalhos continuam intensificados, apesar da chuva que ocorre na semana, continuamos em alerta total, até porque, no ponto de vista operacional, essas chuvas não significam muito. Então, agora mesmo [domingo, 18] já estamos com ocorrências andamento e isso era esperado depois de uma chuva, a vegetação fica seca depois de um ou dois dias, temos um período de calmaria e logo retoma. Estamos com nossas equipes em campo prontas para eventuais respostas”, frisou.

Acre já contabiliza mais de 7,7 mil focos de queimadas entre janeiro e setembro  — Foto: Consuela Gonzalez

Acre já contabiliza mais de 7,7 mil focos de queimadas entre janeiro e setembro — Foto: Consuela Gonzalez

Brigadas reforçadas

 

A atual temporada de queimadas no Acre preocupa e, para tentar traçar medidas mais eficazes, órgãos ambientais e de saúde se reuniram no último dia 8 no Ministério Público do Estado.Todas as ocorrências atendidas pelas equipes de combates vão compor um relatório que será enviado para o MP-AC para que os envolvidos sejam penalizados administrativamente e criminalmente.

Para ajudar nesse combate, o governo divulga campanhas na mídia dirigidas aos produtores para combater as chamas. “As brigadas de bombeiros foram reforçadas para atender aos chamados com mais agilidade e na outra ponta, também reforçamos as equipes médicas para enfrentar a alta de casos de doenças respiratórias”, informou em nota.

A gestão também destacou que “a grande maioria dos focos de queimadas que produz a baixa qualidade do ar está nos estados vizinhos de Rondônia e Amazonas”.

Cidade com maior nº de queimadas

 

A cidade de Feijó, interior do Acre, é a que tem o maior número de focos de queimadas do estado. Dos 4.671 focos registrados nos 17 dias de setembro no Acre, 1.107 foram registrados apenas Feijó, cerca de 23,9% do total de todos os focos.

Na última quinta-feira (15), uma cena um tanto inusitada foi registrada por brigadistas e bombeiros de Feijó durante o combate a um incêndio florestal de grandes proporções na zona rural do município.

Uma cobra-cipó, de cerca de 40 centímetros, foi achada tentando fugir das chamas e desorientada quando aceitou receber água na boca entregue por um dos brigadistas que atuava no combate às chamas.

Cobra aceita água na boca entregue por brigadista durante incêndio no Acre — Foto: Reprodução

Cobra aceita água na boca entregue por brigadista durante incêndio no Acre — Foto: Reprodução

A equipe atendia uma ocorrência no KM 2 da BR-364, sentido Feijó a Tarauacá, quando encontrou o animal. Segundo o comandante da equipe, sargento Adriano Souza, a cobra estava em uma parte que já tinha sido atingida pelo fogo e estava quase sem movimento.

Na mesma semana, um grupo tentava controlar um incêndio de grandes proporções às margens do Rio Envira, no km 2 da BR-364, também em Feijó, quando um bicho-preguiça caiu de uma árvore em chamas e tentava subir em outra que também pegava fogo.

Assustado e aparentemente ferido, o animal se esticava entre os galhos fracos da árvore e escalava até o topo. Para ajudar, o coordenador dos brigadistas que estava na ocorrência, Auricélio Dantas de Souza, jogou água e tentou apagar o fogo, abrindo caminho para o bicho conseguir subir.

G1

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