Economia
É possível economizar dinheiro na crise?
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A crise é um dos melhores momentos para começar a economizar e investir. Saiba como é possível economizar dinheiro na crise. ( FOTO SQUEEZE)
Ainda que pareça difícil, dá para economizar dinheiro na crise. Afinal, esse é o momento onde as melhores oportunidades aparecem. Em tempos difíceis muitas ações se desvalorizaram, bem como imóveis e outros tipos de investimentos que se tornam mais atraentes para os investidores.
Calma, você não precisa receber uma herança para conseguir ter dinheiro na crise. No entanto, é preciso compreender que para economizar na crise não há outro caminho a não ser cortar gastos e baixar o estilo de vida por um tempo.
Como economizar dinheiro na crise?
Para economizar dinheiro na crise, não há outro caminho a não ser cortar os gastos supérfluos do seu orçamento. O ideal é aplicar o método 50-30-20. Nele você direciona 50% para seus gastos fixos, 30% para gastos variáveis e 20% para investimentos. Caso você tenha dívidas, será esse o valor destinado para pagá-las.
Se não tiver dívidas, mas ainda não construiu a reserva de emergência, o valor deverá ser usado para essa construção. Lembrando que ela deve ser igual ao valor de seis meses do seu custo de vida.
Ela não pode estar em nenhum ativo de risco, pois como serve para ser usada em momentos de imprevisto, ela deve ser aplicada em um ativo de liquidez e rentabilidade diária.Uma vez que você tenha reduzido o seu custo de vida, diminuído os gastos supérfluos e ajustado o seu orçamento, é o momento de aproveitar as oportunidades do mercado.
Como investir na crise?
O investimento na crise não é fácil. Até porque você deve agir contra as emoções. Por exemplo, quando as ações estão se valorizando, todo mundo está ganhando dinheiro, qual é o seu principal impulso?
A resposta é que você quer ganhar também. Então quando o mercado está eufórico, a tendência é que essa euforia contagie e nos faça querer investir. Por outro lado, quando o medo extremo toma conta dos investidores e ao invés de comprar ativos, todo mundo vende, os valores despencam, qual é nossa atitude? Vender também. Correr daquilo que todos estão correndo.
Mas esse é o principal erro. Afinal a lógica deveria ser oposta, a mesma quando você compra uma boa roupa. Nesse caso, você corre comprar quando está todo mundo comprando e o preço está nas alturas?
Ou você compra quando há uma promoção fantástica e o preço da roupa está bem mais barato? Possivelmente a resposta é a segunda opção.
Comprar na baixa, vender na alta
Como a maioria dos ativos negociados em bolsa de valores segue a lei da oferta e procura, para você ganhar dinheiro é preciso comprar na baixa e vender na alta.
Então qual é a melhor hora para comprar? Quando os preços estão baixos. E quando eles estão baixos? Na crise. É no momento de extremo medo do mercado que você deve ampliar os seus investimentos.
Se uma ação cai de R$ 60 na euforia para R$ 30 no extremo medo, esse não é o momento para fugir da ação, mas sim, avaliar os fundamentos dela e investir focando no longo prazo.
Vale a pena comprar ações que estejam baratas?
Na crise a queda no preço das ações é generalizada. Mas é preciso separar o joio do trigo. Afinal, é nesse momento também que muitas empresas alavancadas quebram, levando junto os seus acionistas.
Por isso, não é porque uma ação está barata que é uma boa oportunidade investir nela. Mas como a maioria das ações ficam baratas nesse momento, dá para encontrar aquelas bem fundamentadas e ter um bom retorno sobre elas.
Para tanto é essencial fazer a análise fundamentalista e encontrar uma empresa na qual você queira investir. Se ela estiver bem fundamentada, com uma alavancagem sadia, um bom fluxo de caixa e lucros consistentes, esse é o momento certo.
E mesmo que sua intenção não seja comprar para vender, mas sim receber dividendos, esse também é o melhor momento. Até porque, os lucros distribuídos crescem com o tempo, e eles serão maiores em relação ao capital investido.
Qual outra análise é necessário adotar?
Além da análise fundamentalista, você precisa avaliar os setores que uma empresa está inserida e a profundidade macroeconômica da própria crise.
Por exemplo, se é uma crise fiscal na qual o governo está em busca de conter a inflação e ajustar as contas públicas, ela pode perdurar mais tempo, e a consequência é que as empresas terão balanços piores.
Nesse caso, empresas ligadas a produtos e serviços supérfluos sofrerão mais, e portanto tendem a se desvalorizar e até mesmo sofrer com liquidez.
Já se a crise é por conta de algum outro problema como uma pandemia, o resultado é que o governo vai ampliar a base monetária, e isso não trará uma queda brusca no consumo das famílias. Então, o setor secundário sofrerá menos.
Esse momento pode até representar uma boa entrada em empresas inseridas em setores que sofrem mais com a crise, afinal o preço das ações estará mais barato. Mas, por outro lado, é preciso fundamentar bem a escolha para não errar na decisão.
Diversificação entre os setores
Outra forma de investir na crise é diversificar entre ações que não se correlacionam. Por exemplo, uma empresa de rodas tem uma correlação alta com uma montadora de carros.
Por isso, mesmo diversificando entre essas duas empresas você correrá o mesmo risco uma vez que se o setor como um todo for mal, ambas vão se desvalorizar.
Já por outro lado, se você investir em uma ação de uma empresa de produtos básicos e outra de tecnologia, está investindo em ações que não se correlacionam, e consequentemente diminuindo o risco do investimento.
Conclusão
Conclui-se com esse artigo que a crise é um bom momento para ajustar as contas, diminuir o padrão de consumo e encontrar boas oportunidades para investir.
Geralmente, é nessa fase que as ações se desvalorizam mais, assim como as cotas dos fundos imobiliários também perdem valor. No entanto, ainda que os preços baixos favoreçam o investimento é preciso fundamentá-lo.
Isso quer dizer que você deve fazer uma boa análise fundamentalista para saber se uma ação realmente é uma boa alternativa de investimento para aquele momento ou não.
Stefanie Dias |