Televisão
Drogas e obscenidade: Ministério da Justiça faz relatório sobre BBB
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OBBB 20 voltou a ser motivo de comentários nas redes sociais, e por um motivo bem inusitado. Mais de três meses depois da final do reality show, o Ministério da Justiça e Segurança Pública divulgou um relatório em que discorre sobre os acontecimentos do programa, apontando amostras de apelo sexual, drogas lícitas, linguagem chula ou obscenidade. Parece até piada, mas não é.
O MJSP se preocupa com a exibição de “drogas” durante o BBB. Babu Santana, por exemplo, é citado diversas vezes no relatório por aparecer em cena com um “cigarro de nicotina”. O relatório também destaca os “goles em drinques alcoólicos” que os participantes davam durante as festas.
Já o controverso episódio em que o participante Lucas Gallina comenta que “só não comeu [Mari Gonzalez] porque não estava com fome” é citado pelo analista técnico do MJSP como “extremamente machista” – e, nisso, temos de concordar. O documento contextualiza toda a cena descrevendo exatamente o que foi exibido no episódio.
Danças sensuais e palavrões
Para o analista do MJSP, é considerado apelo sexual quando “em frente ao espelho, algumas garotas da casa dançam de forma sensual, rebolando e indo até o chão”, ou quando “algumas participantes se reúnem na hora do banho e entram no chuveiro juntas e começam a passar sabão umas nas outras de forma provocante, mas nitidamente em tom de brincadeira”.
A ocasião em que a campeã Thelma Assis enfrentou Lucas por não ter contribuído com nenhuma estaleca para a compra de mercado da casa foi considerada como linguagem imprópria, pois ela o chamou de “escroto”. A briga entre Bianca Andrade e Rafa Kalimann também foi lembrada pelo “vai se foder” que Bianca falou para Rafa.
Os fãs do programa se divertiram no Twitter ao comentar o relatório. “Certeza de que quem fez esse relatório no final virou viciado no programa”, comentou uma. “Claramente um fã de BBB fazendo os relatórios porque essa treta foi bafo”, disse outra sobre a passagem que comenta as duas brigas de Victor Hugo Teixeira durante uma festa. “Tem uma pessoa que foi paga para ver BBB e relatar? E eu assisti de graça”, afirmou outra.
O relatório do Ministério da Justiça e Segurança Pública foi desenvolvido com o objetivo de avaliar se era necessário recomendar a alteração da classificação indicativa do programa e concluiu que não é preciso. Atualmente, o programa não é recomendado para menores de 12 anos, devido ao conteúdo sexual, drogas lícitas e linguagem imprópria, e pode ser transmitido a partir das 20h.
Procurada pela coluna, a assessoria de comunicação do Ministério da Justiça e Segurança Pública enviou a seguinte nota:
“O documento ao qual se refere é voltado para a classificação indicativa e não é algo novo. Desde a Constituição Federal de 1988, a regulação da matéria da Classificação Indicativa, nos termos dos arts. 74 e seguintes da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA), vem sendo realizada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). Atualmente está regulamentada pela Portaria no.1189 de 3 de agosto de 2018. A classificação indicativa é uma recomendação e não restringe o conteúdo a ser veiculado (censura). A livre expressão e a liberdade artísticas são intrínsecas à produção de obras de televisão, cinema, aplicativos e jogos de RPG. Cabe estritamente aos canais de veiculação escolher o que será transmitido.”
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