Agronegócios
Dólar avança 2,27%, maior alta em 6 meses, por crise envolvendo Previdência
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Com quase nenhuma atenção ao cenário internacional, os mercados financeiros marcaram a quarta (27) em aversão ao risco Brasil. O dólar variou a maior parte do dia acima dos 2% e saiu fortalecido em mais 2,27% , repercutindo a ampliação do temor pela Previdência, depois que o governo foi derrotado na Câmara quanto à obrigatoriedade de execução de emendas parlamentares.
Além do dólar sob a maior alta em 6 meses, cotado a R$ 3,9545, o Ibovespa mostrou igualmente o mesmo movimento de proteção, com os investidores desfazendo-se de posições de curto prazo. Recuou mais 3%, despencando a 92,1 mil pontos.
Já na tarde da terça, com a ausência do ministro da Fazenda Paulo Guedes na CCJ (Comissão de Justiça e Cidadania), da Câmara, o movimento de compras da divisa americana foi sentido, apesar do recuo no fechamento.
Com a votação noturna da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que obriga o Executivo a liberar emendas no Orçamento da União, o movimento em direção ao ‘porto seguro’ do dólar foi a tônica desde a abertura dos negócios.
O quadro vai amplificando a insatisfação dos parlamentares com a condução do governo em torno da formação de sua base de apoio e revela as dificuldades de aprovação das mudanças propostas da Previdência – ou sua aprovação mais diluída, ou seja, com menor economia do que o projetado por conta de possíveis acordos e concessões que o presidente venha a ter que fazer.
Para completar, o ministro Paulo Guedes ainda na tarde desta quinta disse que não tem “apego ao cargo”, o que poderá muitos a interpretarem como uma espécie de porta de saída. Ele, inclusive, admitiu que há falha de articulação do governo no Congresso.
Como os ruídos políticos deverão continuar e afetando o dólar, o Banco Central (BC) entendeu o recado e vai tentar segurar as oscilações no mercado de câmbio leiloando US$ 3 bilhões das reservas internacionais na sexta (29), assegurando o compromisso de recompra em alguns meses.
Dólar volta a subir forte e bate máxima em quase 6 meses ante real com temor sobre Previdência
SÃO PAULO (Reuters) – A escalada das preocupações com a articulação política do governo em relação à reforma da Previdência catapultou o dólar ao maior patamar em quase seis meses frente ao real nesta quarta-feira, com a cotação saltando mais de 2 por cento e ficando a poucos centavos da marca de 4 reais.
O dólar à vista terminou esta sessão em alta de 2,27 por cento, a 3,9545 reais na venda.
É o maior patamar desde 1º de outubro do ano passado (4,0183 reais).
Na B3, a referência do dólar futuro tinha ganho de 2,01 por cento, a 3,9555.
“Não existe brincadeira da minha parte”, responde Bolsonaro
Jair Bolsonaro rebateu declaração de Rodrigo Maia de que ele está “brincando de presidir o país”.
“Não existe brincadeira da minha parte, muito pelo contrário. Lamento palavras nesse sentido e quero acreditar que ele não tenha falado isso”, disse o presidente em São Paulo, registra o G1.
Ele participou de evento com João Dória na União Brasileiro-Israelita do Bem Estar Social.
“Brincar? Se alguém quiser que eu faça o que os presidentes anteriores fizeram eu não vou fazer. Já dei o recado aqui. A nossa forma de governar é respeitando todo mundo, e acima de tudo, além de respeitar os colegas políticos, respeitar o povo brasileiro que me colocou lá.”
Bolsonaro: ‘O que cobram de mim é interlocução, mas não tem como’
No final de sua entrevista com José Luiz Datena, Jair Bolsonaro voltou a afirmar que não tem problemas com o Congresso.
Antes, o presidente insistiu que Rodrigo Maia “está um pouco abalado com questões pessoais que vem acontecendo na vida dele” –referindo-se à prisão recente de Moreira Franco, sogro do presidente da Câmara.
“Da minha parte não tem briga, não tem problema nenhum. O que cobram de mim é a interlocução, mas não tem como. A minoria pede você sabe o quê [referindo-se, aparentemente, a cargos]”, declarou Bolsonaro.
“Fazem pauta-bomba para me constranger positivamente. Vamos fazer bons projetos na Câmara e no Senado para tirar o país da situação [em] que se encontra. Não vem me pedir o que pouquíssimos pedem, que aí não dá certo”, acrescentou.
“Vai estourar o teto do gasto mais cedo”, alerta Guedes sobre orçamento impositivo
Questionado sobre a PEC do Orçamento Impositivo, o ministro Paulo Guedes disse que Rodrigo Maia tem sido “altamente construtivo”, mas a medida de ontem mostra as “duas faces da Lua”.
“Eu proponho o pacto federativo para que haja empoderamento da classe política, sem nada carimbado. A medida de ontem está carimbando. O lado em que está carimbando, eu não gosto. Vai estourar o teto de gasto mais cedo.”
“Por outro lado, ninguém mais legítimo para gastar o dinheiro do que o parlamentar eleito.”
Guedes: “Estou aqui para servi-los. Se ninguém quiser o serviço, foi um prazer ter tentado”
Paulo Guedes deixou claro aos senadores que vai se manter no cargo enquanto acreditar que tem apoio de Jair Bolsonaro para suas propostas e que o Congresso vai fazer sua parte para equilibrar as contas.
“Se o presidente apoiar as coisas que acho que podem resolver para o Brasil, estarei aqui. Agora, se o presidente, ou a Câmara ou ninguém quer aquilo, eu vou obstaculizar o trabalho dos senhores? De forma alguma. Eu voltarei para onde sempre estive. Eu tenho uma vida fora daqui”, disse o ministro no Senado.
“Aí eu venho para ajudar, acho que tenho umas ideias interessantes. Aí o presidente não quer, o Congresso não quer, vocês acham que vou brigar para ficar aqui? Eu estou aqui para servi-los. Se ninguém quiser o serviço, foi um prazer ter tentado. Mas não tenho apego ao cargo e desejo de ficar a qualquer custo, como também não tenho a inconsequência e a irresponsabilidade de sair na primeira derrota.”
Moro: sem medidas anticorrupção, melhor ficar sem pacote anticrime
Em seu pronunciamento à CCJ do Senado, Sergio Moro rechaçou a possibilidade de retirar do pacote anticrime trechos que tratam da corrupção de parlamentares.
O ministro da Justiça chegou a dizer que preferiria, nesse caso, a retirada completa do pacote anticrime.
Leia a reportagem em Crusoé:
Sergio Moro se choca com mais um figurão de Brasília. SAIBA TUDO
Em entrevista à TV Band, Bolsonaro diz que não tem briga com ninguém, mas cobra responsabilidade de Maia
SÃO PAULO (Reuters) – O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira que da parte dele não existe briga com ninguém, defendeu a aprovação da reforma da Previdência e cobrou responsabilidade do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
“Da minha parte, a minha mão está sempre estendida para ele (Maia), e ele tem responsabilidade assim como eu, assim como até o Supremo Tribunal também tem, o Dias Toffoli, todo mundo tem responsabilidade”, disse Bolsonaro em entrevista ao jornalista José Luiz Datena, na TV Band, reforçando que quando voltar de Israel na próxima semana se encontrará com o deputado.
Bolsonaro e Maia trocaram farpas publicamente nos últimos dias, com o deputado cobrando que o presidente assumisse sua responsabilidade para organizar a base do governo no Congresso.
Na entrevista, Bolsonaro disse que Maia, um dos principais defensores da reforma da Previdência, está “abalado por questões pessoais”, em uma possível referência a Moreira Franco, padrasto da mulher do presidente da Câmara, e que foi preso na semana passada no Rio de Janeiro e posteriormente solto.
“Não quero entrar em detalhes, coisas pessoais, que logicamente isso passa por esse estado emocional dele no momento”, disse.
Bolsonaro disse que os parlamentares pedem uma maior aproximação dele com o Congresso, mas argumentou que não têm como atender a todos.
“O que o pessoal reclama é o seguinte: é mais aproximação. Eu tenho falado: que aproximação é essa? Eu não posso atender a quantidade de pessoas, de parlamentares, sem falar de governadores e prefeitos que querem conversar comigo”, disse.
REDES SOCIAIS
O presidente aproveitou a entrevista para defender sua atuação nas redes sociais, como a transmissão ao vivo que tem feito às quintas-feiras, e voltou a criticar setores da imprensa.
“Se eu abandonar isso aqui, vou ficar na mão de certos órgãos de imprensa que a especialidade é distorcer –mais do que isso, mentir o tempo todo”, disse.
“Agora… eu não levo mais que 10 minutos para decidir uma matéria para botar nas minhas mídias sociais, então por dia 10 minutos no máximo no tocante a isso daí. Agora, tem um negócio: eu tenho aceitação na mídia popular, nas mídias sociais, tem gente que não tem. Paciência. Graças a Deus eu não dependo da mídia tradicional”, acrescentou.
VENEZUELA E CHINA
Bolsonaro reafirmou que o Brasil deseja apenas a paz e a democracia para a Venezuela e afirmou que não há qualquer intenção por parte das Forças Armadas brasileiras de uma intervenção no país vizinho.
“Não há, por parte das Forças Armadas brasileiras qualquer interesse de se embrenhar numa intervenção”, disse. “Nós vamos, iremos às últimas consequências na questão voltada para a legalidade.”
O presidente também aproveitou para salientar que não tem nenhum problema com a China, depois de ter criticado o país asiático durante a campanha eleitoral.
“Eu nunca critiquei a China, eu já marquei com o embaixador da China no segundo semestre uma viagem minha para lá”, disse. “Da minha parte, zero problema com a China.”
Bolsonaro diz que Folha é ‘toda a fonte do mal’ na imprensa (FOLHA)
O presidente Jair Bolsonaro fez críticas à Folha em entrevista ao telejornal Brasil Urgente, da TV Bandeirantes, nesta quarta-feira (27). O presidente se referiu ao jornal como uma “fonte de todo o mal”, quando questionado pelo apresentador José Luiz Datena sobre elogios feitos por ele ao ditador chileno Augusto Pinochet durante recente visita ao Chile.
“Não foi falado em Pinochet, ditadura em nada no Chile. Me aponte um áudio, um vídeo nesse sentido, não teve nada disso. A imprensa, maldosamente, um jornal bota, escreve… Geralmente a Folha de S.Paulo começa com tudo. Toda a fonte do mal é a Folha de S.Paulo”, disse Bolsonaro.
Questionado por Datena se não haveria “uma obsessão” da parte de Bolsonaro pela Folha, o presidente retrucou. “Não, ela que tem por mim. É o contrário. Publica uma mentira dessas, porque não tem isso em lugar nenhum. Tudo o que fizemos lá foi filmado, fotografado, e vai pra esse lado”.
Em bate-boca com Kátia, Guedes critica aposentadoria de parlamentares (ESTADÃO)
A sessão com o ministro Paulo Guedes na Comissão de Assuntos Econômicos no Senado teve seu momento de tensão nesta tarde de quarta, 27, quando o titular da Economia provocou o senador Rogério Carvalho (PT-SE), que antes havia feito críticas à mudança do atual sistema previdenciário “solidário” ao de capitalização proposto pela pasta sob o fio ideológico.
“Você tem um sistema de seguridade que está aí há muitos anos. É muito solidário, muito fraterno e ele quebrou. Financeiramente está quebrado. Aliás, ele não é tão fraterno como você acha. Tem gente que pode se aposentar ganhando 20 vezes… Você, por exemplo, como político pode se aposentar ganhando 20 vezes o que ganha um trabalhador. Eu acho isso ruim”, respondeu Guedes, que foi interrompido pela senadora Kátia Abreu (PDT-TO) para dizer que os parlamentares estão sujeitos ao teto do INSS. Guedes, na sequência, afirmou que era o tempo dele falar, não dela. Nesse momento, entrou o presidente do colegiado, Omar Azis (PSD-AM), para defender Kátia, entendendo que Guedes havia mandado Kátia “calar a boca”. Minutos mais tarde, Guedes justificou que era “assim”, mas que não quis ofender ninguém.