Saúde
Doenças respiratórias agudas graves superlotam leitos pediátricos
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Análise epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde aponta para situação emergencial de síndromes febris e respiratórias agudas graves e para a superlotação de leitos pediátricos em Mato Grosso.
Com alta demanda, na terça-feira (28), o Hospital Estadual Santa Casa, em Cuiabá, chegou a suspender temporariamente o atendimento pediátrico devido à superlotação dos leitos.
Diante do cenário, a Secretaria de Estado de Saúde informou que estrutura um plano de ampliação dos leitos pediátricos nas unidades geridas pelo Estado.
“Os dados evidenciam um cenário epidemiológico crítico para síndromes febris, como dengue, dengue grave, zika e chikungunya, e síndromes respiratórias agudas graves, como a influenza, Covid-19 e pneumovírus circulantes. Tendo em vista este cenário, estamos trabalhando em uma força-tarefa para ampliar os leitos pediátricos em Mato Grosso”, disse o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo.
Figueiredo afirmou ainda que “por entender a urgência da situação”, o órgão estadual está envidando esforços em diversas iniciativas para suprir, neste momento, as demandas existentes”.
Uma das medidas será cofinanciar 10 leitos de UTI Pediátrica na Santa Casa de Rondonópolis (212 km ao Sul de Cuiabá).
Além do cofinanciamento, o Estado repassará cerca de R$ 1,8 milhão para a Prefeitura de Rondonópolis destinar à unidade filantrópica. O objetivo é auxiliar na aquisição de equipamentos para a montagem emergencial dos leitos.
A Santa Casa confirmou que a nova UTI entrará em funcionamento até sete dias após o aporte do recurso. A Secretaria de Saúde lembrou ainda que, na última semana, o Governo anunciou a ampliação de 30 leitos pediátricos no Hospital Regional de Sinop.
São 10 leitos intensivos, 15 leitos intermediários e 5 leitos de retaguarda. As novas vagas devem entrar em funcionamento em até 24 dias e a previsão é de que sejam investidos cerca de R$ 22 milhões por ano nesta ampliação.
SUSPENSÃO DE ATENDIMENTO – A suspensão no atendimento na Santa Casa ocorreu na manhã de terça-feira, e a expectativa era de que o pronto-atendimento infantil da unidade voltasse a receber novos pacientes ainda na parte da tarde.
Na unidade hospitalar, a média é de 122 atendimentos por dia. Na terça, a demanda chegou a 300 pacientes no ambulatório. Só neste mês de março, são mais de 3,4 mil assistências.
Com a interrupção, bebês e crianças encaminhados de outras unidades de saúde para internação foram dispensados. Também pais registraram as crianças tomando medicação e aguardando atendimento, por horas, no corredor do hospital, em cadeiras improvisadas.
PREVENÇÃO – A Secretaria Adjunta de Atenção e Vigilância à Saúde da Ses-MT alerta ainda para o período de altos índices de síndromes febris e respiratórias.
Dentre as medidas emergenciais, conforme a assessoria de imprensa, está a intensificação das ações de controle vetorial do Aedes aegypti, baseada na conscientização da população e na remoção mecânica de criadouros do mosquito.
É necessário que gestões municipais intensifiquem as ações de visitas domiciliares e mutirões de limpeza, remoção de criadouros, vistorias em pontos estratégicos e mobilização junto à população, uma vez que as medidas de controle mecânico oferecem melhores respostas na redução de mosquitos e oferecem menores riscos ao ambiente.
De acordo com o secretário adjunto de Atenção e Vigilância à Saúde, Juliano Melo, o manejo adequado de casos de dengue, zika e chikungunya também é fundamental.
“É essencial preparar as equipes da Atenção Básica para o manejo clínico adequado de pacientes com suspeita de arboviroses e organizar os serviços de saúde, com o objetivo de reduzir os riscos de agravamento dos pacientes, óbitos, bem como a sobrecarga nos serviços de assistência”, disse.
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