Saúde
Doença Cardiovascular nos Homens e nas Mulheres é igual?
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Será que o corpo do homem e da mulher é igual? A reposta é não é. Entre os corpos femininos e masculinos há diferenças anatômicas, fisiológicas e funcionais.
Estas distinções biológicas se mostram presentes em diversos aspectos, perceptíveis ou não, tais como a estatura física, os pulmões, o cérebro, a estrutura musculoesquelética, o índice de massa corpórea e, como daremos foco aqui, o coração e os vasos sanguíneos
O coração da mulher é ligeiramente menor do que o do homem —cerca de dois terços do tamanho—, assim como o peso do órgão e a quantidade de sangue que ele ejeta, uma vez que a superfície corpórea feminina também costuma ser menor. Isso acaba influenciando nos batimentos.
Por bombear menos volume de sangue por minuto a cada batimento (volume sistólico) e por apresentar diferenças no ventrículo esquerdo (a parte do coração responsável por bombear o sangue pelo corpo), a pulsação tende a ser maior do que nos homens. Pesquisas confirmam que as frequências cardíacas médias das mulheres são mais aceleradas. Outra distinção está na circulação coronariana (dos vasos do coração). As artérias coronárias femininas são mais estreitas e, por influência de hormônios característicos das mulheres, a pressão arterial é mais baixa —só tende a ficar semelhante a dos homens com a chegada da menopausa, justamente o período que aumentam os riscos de eventos no coração.
Mas é preciso analisar fatores genéticos e de risco, além de outras complicações, como a endometriose, a síndrome do ovário policístico e até o uso de incorreto de anticoncepcional. As mulheres na pós-menopausa também estão mais sujeitas a uma súbita e incomum mudança na forma do músculo cardíaco, a chamada cardiomiopatia de Takotsubo ou “síndrome do coração partido que ocorre em resposta a um forte estresse emocional. A condição é caracterizada por dores no peito e mudanças na atividade elétrica do coração que imitam um ataque cardíaco. Há também uma tendência do aumento do colesterol e fica mais difícil controlar a glicemia (nível de açúcar no sangue).
De um modo geral, o infarto do miocárdio é mais frequente em homens a partir dos 55 anos e nas mulheres após 65. No entanto, estimativas apontam que a probabilidade de uma mulher morrer de infarto é 50% maior quando comparada aos homens.
Nas mulheres, o bloqueio ou entupimento das artérias ocorre pela combinação entre o calibre menor das artérias coronárias femininas com a presença e a probabilidade de aumento das placas de colesterol, fatores hormonais e, muitas vezes, o aumento da pressão arterial, diabetes, obesidade e tabagismo. Outro ponto relevante: a complicação para o sexo feminino geralmente não ocorre em um ponto só do coração, tornando o quadro mais grave.
Já nos homens, o ataque cardíaco tem como principal causa a obstrução nas artérias coronárias. Já as mulheres podem até ter um infarto sem haver obstrução coronária significativa. Elas desenvolvem mais frequentemente a doença microvascular, ou seja, uma disfunção de artérias extremamente finas que se ramificam das coronárias e não podem ser vistas pelo cateterismo. Os sintomas também podem apresentar variações. Neles, o infarto vem com os sinais clássicos e mais óbvios: dor no peito (irradiando para o braço), sudorese e palidez.
No grupo feminino é mais comum a falta de ar, náusea ou vômito, suor e uma dor breve no abdome superior ou nas costas. Assim, muitas acabam tendo um ataque cardíaco “silencioso”, ou seja, sem um sintoma evidente ou mesmo confundem o infarto com outras questões. E adiar a busca por atendimento emergencial nestes casos pode ser fatal.
A Doença Coronariana (DAC), por exemplo, é apresentada nos homens de sete a dez anos antes que nas mulheres. Enquanto eles ficam doentes como uma idade média de 55 anos, elas só irão apresentar o mesmo problema a partir dos 65 anos.
Vale lembrar que a alimentação adequada, aliada à prática de atividades físicas diárias, pode prevenir o surgimento de problemas cardiovasculares como o AVC e o infarto, em mulheres e homens.
Assessoria de Imprensa