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Diretor do Hospital Getúlio Vargas, no Rio, admite erro médico em morte de paciente


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O diretor do Hospital Getúlio Vargas, Paulo Ricardo da Costa, admitiu erro médico no caso que acabou com a morte de Irene Bento, de 54 anos. Ele afirmou que a médica que encaminhou a mulher para uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) errou.

Irene Bento era diabética, e os sintomas, segundo Paulo, indicavam que ela teria que ser levada para a sala amarela da unidade, que atende a casos de gravidade moderada, mas com urgência.

Com a morte de Dona Irene por acidose metabólica, consequência da doença, duas sindicâncias foram abertas: uma pela Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro e outra pela Organização Social que administra a unidade, a Pró-Saúde. A Polícia Civil também investiga o caso.

O caso

Irene Bento morreu no dia 28 de julho, horas depois de ser encaminhada para a UPA da Penha por seu estado não ter sido considerado grave. Horas depois, a situação dela se agravou, e ela foi mandada novamente para o Hospital Getúlio Vargas, onde veio a falecer.

Assim que chegaram à unidade pela primeira vez, os filhos colocaram Irene numa cadeira de rodas. Depois de meia hora sem nenhum tipo de atendimento, Rangel, um dos filhos, resolveu percorrer o hospital com o celular na mão, mostrando o que os profissionais de saúde estavam fazendo, já que nenhum paciente era chamado para ser atendido.

As imagens mostram o filho da paciente entrando no consultório, pedindo socorro, mas encontrou uma médica mexendo no celular, junto com outros enfermeiros. Ele perguntou a ela o porquê de não chamar nenhum paciente. A médica disse que era necessário aguardar, que necessitava de uma ficha com o nome do paciente e que só depois disso poderia iniciar a consulta.

Irritado, Rangel a questionou se estava usando o WhatsApp em vez de trabalhar. Ela se irritou e disse que estava “lendo artigos médicos”.

Após o vídeo, Rangel destacou que a mãe não foi atendida por nenhum médico, apenas por uma enfermeira que fazia a triagem de classificação de risco. Ela teria apenas aferido a pressão de sua mãe, disse que o caso não seria grave e o orientou que ela fosse levada para a UPA em frente.

“Aqui a gente não atende a caso que não seja grave”, teria informado a profissional de saúde para o filho da paciente.

Com a mãe nos braços, Rangel atravessou a rua e foi para a UPA, aonde chegou por volta das 15h30. Lá, Irene teve a pressão aferida novamente, esperou por atendimento e foi internada na Sala Amarela, destinada a pacientes com casos de média complexidade.

Em menos de duas horas, por volta das 17h, a insuficiência respiratória de Irene se agravou. Ela foi levada para a Sala Vermelha, para os casos mais graves. Por volta das 22h, os médicos informaram que ela tinha sofrido duas paradas cardíacas e deveria ser transferida para um hospital e indicaram o próprio Getúlio Vargas.

Rangel contou que, dentro da ambulância, os médicos iniciaram uma massagem cardíaca e internaram a mãe dele no Centro de Tratamento Intensivo (CTI). Cerca de uma hora depois, por volta de 23h, os médicos informaram a morte de Dona Irene.

Para a família, ela foi vítima do descaso e da negligência. O filho acredita que se Irene poderia estar viva se tivesse recebido o atendimento adequado quando chegou ao hospital.

Ela foi enterrada em Miraí, em Minas Gerais, e deixou sete filhos. A mais nova tem apenas 11 anos.

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