Saúde
Diagnóstico e tratamento precoce previnem surdez nos primeiros anos de vida, alerta otorrino
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Segundo o médico otorrinolaringologista Nicolai Maximo Leventi, coordenador do Instituto de Otorrinolaringologia de Cuiabá e do Departamento dessa especialidade no Hospital e Maternidade Femina, quanto mais rápida a deficiência auditiva for identificada, maior a chance de intervenção adequada para que o cérebro possa ser estimulado em tempo hábil.
“Hoje, a Femina é um exemplo de cuidado e atenção maior, porque se estabeleceu esse protocolo, essa relação, principalmente com a UTI Neonatal, e conseguimos receber essas crianças que passam a ter um nível de acompanhamento de excelência em tratamento auditivo”, explica o médico, referindo-se ao fato que desde o nascimento, é possível diagnosticar perdas auditivas em bebês e iniciar o tratamento precoce.
A prematuridade, a hipóxia (privação de oxigênio no parto), o uso de alguns tipos de antibióticos, a necessidade de entubação e de suporte de oxigênio, infecções neonatais, problemas no pré-natal da gestante, como diabetes, toxoplasmose, rubéola, sífilis, além de problemas genéticos, são alguns dos fatores que podem ocasionar síndromes auditivas congênitas.
Já a surdez adquirida pode ser provocada por diversas doenças, como a meningite, ou pelo envelhecimento natural, por exposição contínua a ruídos muito altos ou traumas sofridos.
“A perda auditiva não é um diagnóstico incomum, ela é relativamente mais comum do que algumas doenças rastreadas pelo teste do pezinho, por exemplo, o hipotireoidismo, e a nossa preocupação é que se estabeleça um diagnóstico pelo menos no primeiro ano de vida da criança”, alerta o otorrinolaringologista, sobre a surdez congênita.
Intervenção precoce
Conforme Nicolai Maximo Leventi, a demora em procurar ajuda no tratamento pode trazer consequências irreversíveis à criança. “Com diagnóstico até os 2 anos e uma intervenção precoce conseguimos adaptar um aparelhinho ou estímulo através de um implante coclear e essa criança tem uma grande chance de crescer como um ouvinte normal. Acima de 6 anos, as perspectivas são muito limitadas, porque o cérebro desliga aquela região e conecta em outra área, principalmente a visual”, esclarece.
Realizado antes da alta do bebê, o “teste da orelhinha”, obrigatório no Brasil, rastreia possíveis problemas auditivos, mas não relaciona a intensidade deles. “Independente de o teste ser positivo, a criança pode ter perda auditiva, porque o teste não capta a função do nervo auditivo, ele mostra se a cóclea funciona ou não, mas ele não diz a intensidade”, garante o especilista, ressaltando que o programa de diagnóstico precoce de surdez da Femina agiliza o acesso dos pais a médicos especialistas e exames audiológicos de qualidade.
Pacientes com histórico familiar, prematuridade ou outros problemas específicos dentro da gestação têm o seu desenvolvimento auditivo acompanhado com consultas regulares e exames comparativos. São acompanhados de forma sistemática até o segundo ano de vida, quando começa a abertura da janela da linguagem”, acrescenta.
O médico ressalta que a equipe do Departamento de Otorrinolaringologia do Hospital e Maternidade Femina é altamente especializada para todos os tipos de atendimentos, com profissionais de várias áreas, que garantem excelentes procedimentos e resultados. O departamento possui além do programa para surdez congênita, o programa de implante coclear, o de via área pediátrica, dentre outros. “Juntamente com a Femina realizamos este suporte, bem como o implante coclear”, finaliza.
Sobre a Femina
O Hospital e Maternidade Femina atua há 41 anos em Cuiabá, nas áreas de Pediatria, Obstetrícia, Clínica-Geral e pronto atendimento com plantão 24 horas. Ainda fazem parte de sua estrutura UTI adulta, UTI Neonatal e UTI pediátrica.