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Dez vítimas do trânsito por mês fazem fisioterapia no Cero; acidentes matam mais do que crimes violentos em Rondônia


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Seis meses parado e muita vontade de voltar para a roça, no Km 13 do Ramal Transpurus, em Porto Velho. Assim está o agricultor João Carlos Queiroz, em tratamento no Centro de Reabilitação de Rondônia (Cero) desde quando sua moto foi atingida por um automóvel, em outubro de 2018, na confluência das ruas Alexandre Guimarães e México, Bairro Nova Porto Velho.

Sessões de fisioterapia são diárias e longas. Podem durar meses e oferecem ótima recuperação. Tomando-se por base os internamentos entre abril e a primeira quinzena de maio, oito a dez vítimas de acidentes de trânsito passam por ela, a maioria moradores na zona leste.

O endereço da Rua Petrolina nº 9960, no Bairro Mariana (zona leste), é hoje bem procurado, a exemplo do Pronto Socorro João Paulo II, Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro e Policlínica Oswaldo Cruz. Rondônia ocupa o nono lugar entre os estados onde o trânsito mata mais que crimes violentos.

Treze fisioterapeutas, dos quais, três exclusivamente para crianças, atendem atualmente no Cero, das 7h às 19h. O Centro funciona desde outubro de 2014, atendendo vítimas de acidentes com motos, automóveis, bicicletas, caminhões, mas também cuida de pacientes com paralisia cerebral, problemas de coluna e outros mais.

“Eu ia buscar minha filha no trabalho dela, bati num carro e tombei”, conta o lavrador João Carlos Queiroz, 65 anos. Ele tem três filhos e espera se recuperar brevemente. “Ficar encostado, não dá”, diz João, exercitando-se com ligas de borracha, ao lado do fisioterapeuta Diego Grimaldi.

Cero funciona das 7h às 19h

A regulação para acidentados deve melhorar, anunciou na segunda-feira (13) o  administrador do Cero, Rodrigo Moreira Campos.”Ela deve funcionar plenamente, dando prioridade a lesões agudas e ao pós -cirúrgico”, assinala.

A situação encontra-se em análise pelo Grupo Condutor da Pessoa com Deficiência, no âmbito da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau).

Levantamento feito pela Seguradora Líder, que administra o Dpvat (Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestre no) no País, mostra um quadro comparativo entre mortes causadas por acidentes de trânsito e outras causadas pelos demais crimes violentos.

No ano passado, em nove estados brasileiros, o trânsito provocou mais mortes do que crimes como homicídio, latrocínio e lesão corporal seguida de morte, informa o Portal do Trânsito, onde os dados foram publicados.

São Paulo registrou 5.462 sinistros por acidentes fatais no trânsito contra 3.464 óbitos por crimes violentos. Seguem-se: Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Piauí, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Rondônia, onde também ocorreram mais mortes por acidentes de trânsito do que por outros crimes violentos.

Moto é o veículo que mais mata no Brasil. Dos 37,3 mil mortes ocorridas no País em 2016, motocicletas foram responsáveis por 12,1 mil, o que representa 32%, conforme dados do Observatório Nacional de Segurança Viária.

Os nove estados somaram mais de 17 mil pagamentos do Seguro Dpvat destinados à cobertura por morte, representando 46% do total de sinistros pagos por acidentes fatais em todo o País em 2018. Já os crimes violentos somaram 12.559 óbitos no mesmo período.

Somente em 2018, mais de 320 mil indenizações foram pagas nos três tipos de cobertura: Morte, Invalidez Permanente e reembolso de Despesas de Assistência Médica e Suplementares.

Do total de indenizações pagas no ano passado, 70% foram para acidentes de trânsito com vítimas que adquiriam algum tipo de invalidez permanente. Foram mais de 228 mil ocorrências nessa cobertura. Representando apenas 27% da frota nacional, as motocicletas foram responsáveis por cerca de 75% das indenizações pagas em 2018, acumulando mais de 246 mil pagamentos.

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