Geral
Desttra Energia estreia com destaque no leilão A-1
Compartilhe:
O leilão de energia existente A-1, ocorrido em 7 de dezembro, foi o palco da estreia da paulista Desttra Energia, única a negociar contratos no certame. A transação, de 4 megawatts médios, foi fechada a R$ 142,99 por megawatt hora. A movimentação de R$ 10 milhões com a distribuidora do Amapá CEA chamou a atenção para o novo player do mercado de energia que se posiciona como uma comercializadora independente, com foco no trading de energia.
“Nosso objetivo inicial é atuar com o trading. Comprar e vender contratos entre os agentes que já participam do mercado livre, como comercializadoras, geradores e consumidores livres, atendendo pontualmente suas demandas e direcionando nossas posições”, resume Antonio Miguel Botta, diretor geral e sócio fundador da Desttra Energia, um ex-sócio diretor da Deal Comercializadora. Ele ressalta que todo o seu time tem cerca de 15 anos de experiência no mercado livre. “Somos uma equipe com uma sólida experiência, qualificada para identificar e captar oportunidades em função de mudanças regulatórias, variações climáticas e o movimento de contratações dos agentes”, conta. Hoje, o consumo de energia no Brasil é da casa de 65 GW. O mercado livre representa cerca de 30% desse universo. “Portanto, temos muito campo para explorar”, diz.
Para Botta, tão importante quanto a excelência operacional, é a capacidade da equipe para uma rápida tomada de decisão, em função de sua estrutura enxuta, bons sistemas de back office, inclusive para dar conta dos aspectos de risco e regulatórios envolvidos, e da proximidade com o cliente.
Surpresa no leilão A-1
Foi em função da agilidade de seu time que a Desttra Energia pode captar a oportunidade de venda no leilão de energia existente (A-1), no início do mês. “A CEA atua no submercado Norte. Avaliamos que haveria uma alta possibilidade de queda e descolamento do PLD desse submercado em relação aos demais. A oferta de energia nessa região é bem confortável. Choveu muito neste final de 2018 e dezembro vai fechar 40% mais chuvoso que a média prevista para este mês. Sob essa perspectiva, e em função do volume negociado, a transação é positiva”, avalia Botta.
Para o diretor geral da Desttra Energia, o valor fechado no leilão do início do mês estava muito próximo do limite traçado pela estratégia da comercializadora. “O que nos surpreendeu não foi o fato de termos fechado a operação, mas por haver tão pouca demanda no leilão”, afirma o sócio fundador. “Tínhamos o objetivo de vender até 5 megawatts e vendemos 4 sozinhos. Começamos com o pé direito”, conclui, bem-humorado.
Planos para 2019
Botta informa que a Desttra Energia começa com um capital social de R$ 3 milhões e uma capacidade de R$ 30 milhões em garantias financeiras, as quais são particularmente importantes para compras efetuadas diretamente dos grandes geradores, facilitando a conclusão de operações. “Queremos um crescimento orgânico e acreditamos fechar 2019 com um capital social de R$ 5 milhões”, estima. O objetivo é negociar 100 megawatts médios no ano. “O suficiente para atender uma cidade de cerca de 400 mil habitantes”, compara.
A partir do primeiro trimestre do próximo ano, a comercializadora deverá contar, também, com uma diretoria de Novos Negócios. “Vamos ter um braço de geração distribuída, focado em energia solar, e no atendimento de clientes em baixa tensão. Acreditamos que o mercado livre tenha um cronograma para uma rápida expansão. Mesmo assim, empresas consumidoras de energia em baixa tensão podem aproveitar essa opção para deixar o mercado cativo e começar a economizar”, comenta o diretor geral da Desttra Energia.
Botta informa que ao seu lado na sociedade da nova empresa estão Renato Mendes da Silva, como diretor de Risco e Inteligência de Mercado, ex-Thymos, e Wilton de Morais Carvalho, diretor Técnico e Regulatório, com passagens pela Atlas Energia, Renova e Raízen. Maria Lucia Botta, também sócia, já trabalhou na CCEE, assume a direção administrativa.
Sobre a Desttra Energia
A Desttra Energia foi lançada em dezembro de 2018 com o objetivo de atuar no mercado livre de energia e para dar maior liquidez ao setor, capturando oportunidades com as comercializadoras, geradores e grandes consumidores livres. Com sede em São Paulo, possui um capital inicial de R$ 3 milhões.