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Destinos exóticos alavancam procura por turismo de luxo pelos brasileiros
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Tido como um setor imune a solavancos da economia e crises financeiras, o mercado de luxo no Brasil voltou a crescer após dois anos em queda livre se comparados à trajetória desde o início dos anos 2000. E os destinos exóticos com serviços cada vez mais personalizados estão entre os principais pedidos de quem não precisa se preocupar muito com as contas.
Destinos como Disney, Nova York, Londres e Caribe estão dando lugar a experiências que não são tão acessíveis a todos. “As viagens agora são muito mais complexas do que antigamente, as pessoas que podem gastar estão procurando experiências mais elaboradas”, explica Greice Penteado Ruiz, especialista em marketing de turismo de luxo.
Do outro lado do mundo
É na Ásia e na Oceania que estão os novos destinos de férias dos viajantes, independente do tempo de voo e, muitas vezes, das poucas opções de hospedagem disponíveis. Greice conta que há até um novo tipo de agente de viagens, “os travel consultants, que estão fazendo mais do que apenas organizar pacotes e marcar passagens aéreas”.
Estudos das agências apontam que a principal tendência é aliar aventura e conforto. O Sri Lanka e o Camboja, por exemplo, estão entre os destinos mais requisitados, com suas praias isoladas, imersão na natureza e conjunto histórico mais diverso do que a cultura ocidental.
Os acampamentos com glamour também estão entre os mais procurados. O chamado Glamping é uma tendência principalmente em destinos mais curiosos, como acampar na cratera de um vulcão extinto na Tanzânia, no meio de uma reserva ecológica no Quênia, ou num atol particular no meio da Polinésia Francesa.
Cristianne Coelho, representante do resort The Brando Tetiaroa no Brasil, explica que o isolamento da ilha polinésia tem sido muito procurado pelos brasileiros. “Para você ter uma ideia, o Brasil é o quarto mercado do The Brando, somente atrás dos americanos, alemães e franceses”, conta. As diárias lá começam em US$ 3.500 (mais de R$ 12 mil).
Os números confirmam essa tendência: de acordo com a Reed Exhibitions, agência que organiza eventos de divulgação turística por todo o mundo, o começo de 2018 teve um aumento de 26,7% nos gastos com viagens de luxo para o exterior. Os brasileiros de alta renda gastaram mais de US$ 3,4 bilhões (R$ 12 bilhões) apenas no primeiro bimestre deste ano.
Do mundo para o Brasil
O Brasil também começou a ser visto pelo mundo como um destino de viagens de luxo. Se antes o país era famoso apenas pelas praias paradisíacas do nordeste e o Carnaval do Rio de Janeiro, agora a Floresta Amazônica e São Paulo já atraem turistas de alta renda.
Um exemplo disso é a chegada da rede de hotéis de luxo Four Seasons, que abrirá a primeira unidade no país em outubro deste ano. Michael Schmid, gerente-geral da marca em São Paulo, explica que o Brasil está se abrindo para a hotelaria de luxo. “Nossos hóspedes viajam com frequência para São Paulo a negócios, e há tempos nos pedem uma propriedade na capital econômica do continente”, explica.
O Four Seasons SP será o primeiro do continente a contar com residências privadas, além de todos os serviços de excelência oferecidos pela rede em todo o mundo.
Além do Four Seasons, a rede Mandarin Oriental também está de olho no Brasil, tanto que montou uma equipe para sondar os principais mercados do continente. Segundo Bruno Dieguez, relações públicas da marca, a capital paulista “está no nosso radar, é um mercado muito importante que queremos entrar logo”. Se confirmada, será a segunda metrópole latino-americana a receber uma unidade da rede. A primeira abre no segundo semestre em Santiago (Chile).
São Paulo também já conta com o Palácio Tangará – o único hotel seis estrelas do Brasil, aberto recentemente -; o Ca’d’Oro, com uma hospedagem-conceitual; e o Complexo Cidade Mtarazzo, que terá um hotel assinado pelo designer francês Philippe Starck no ano que vem.