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Dermografismo: causas, fotos, sinais e tratamento


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O dermografismo, também chamado de urticária dermográfica, urticária factícia, dermatografismo ou dermatografia, é um quadro caracterizado por exagerada reação da pele quando a mesma é arranhada, mesmo que de forma leve.

O termo dermografismo significa, literalmente, escrever na pele. Os pacientes com essa condição desenvolvem uma reação inflamatória de rápido início, que se apresenta com vermelhidão e inchaço ao longo do trajeto do arranhão ou da pressão na pele. Em alguns pacientes, as lesões coçam bastante.

As marcas avermelhadas que surgem são temporárias e desaparecem após cerca de 15 a 30 minutos. Essa resposta exagerada após arranhões ocorre em até 5% da população.

O dermografismo pode ser dividido em dois tipos:

  • Dermografismo sintomático: é a forma menos comum. As lesões são elevadas, avermelhadas e coçam.
  • Dermografismo simples: é a forma mais comum. As lesões são elevadas, avermelhadas, mas não provocam coceira.

O dermografismo é a forma mais comum de urticária induzida, que é um tipo de alergia na pele.

Neste artigo vamos falar exclusivamente da urticária dermográfica. Para saber mais sobre outras formas de urticária, leia: Urticária – Causas, Sintomas e Tratamento.

Causas

A causa exata da urticária dermográfica ainda não está bem esclarecida. A condição é provavelmente uma resposta alérgica, com envolvimento de mastócitos, histamina e imunoglobulina E (IgE), como qualquer outra forma de alergia. Porém, nenhum alérgeno específico já foi identificado.

Coisas simples podem desencadear sintomas de dermatografia, por exemplo, arranhões (mesmo leves), toalhas ou fricção da roupa na pele.

O dermografismo pode aparecer em qualquer pessoa e em qualquer idade, mas é mais comum em adultos jovens; o pico de incidência é na segunda e terceira décadas de vida. Pessoas com pele seca ou com dermatites apresentam risco mais elevado.

Em alguns casos, o paciente pode desenvolver dermografismo após episódios de estresse emocional, picadas de mosquito, uso de medicamentos, como a penicilina, atorvastatina ou famotidina, doenças da tireoide ou infecções, como por vírus, H.pylori ou escabiose.

Fotos de dermografismo

Sintomas da urticária dermográfica

Na maioria das pessoas, se você faz um arranhão na pele com a unha, a lesão apresenta-se inicialmente branca e depois fica levemente avermelhada com pouca ou nenhuma elevação.

Nos pacientes com dermografismo simples, cerca de 6 a 7 minutos após o arranhão, surge uma vermelhidão e elevação na pele que podem durar de 15 a 30 minutos.

A lesão é tão restrita ao local arranhado, que é possível fazer desenhos e escrever na pele, como pode ser visto nas imagens acima.

Nos pacientes com dermografismo sintomático, o quadro é semelhante, mas as lesões surgem mais rapidamente, com menos de 5 minutos, são pruriginosas e duram cerca de 30 minutos.

Calor, suor, exercício físico ou estresse emocional podem tornar as lesões mais exuberantes.

Prognóstico

A urticária dermográfica é uma condição benigna que raramente provoca algum transtorno mais grave à vida do paciente. A coceira é o sintoma que mais incomoda.

A história natural da doença é imprevisível, ela pode durar meses, anos ou estar presente apenas forma intermitente ao longo da vida. Na maioria dos pacientes, a condição melhora gradualmente e desaparece após vários anos. Cerca de 36% curam-se após 5 anos, e 51% após 10 anos.

Prevenção

Para reduzir o desconforto e prevenir os sintomas da dermatografia, algumas atitudes podem ajudar:

  • Evite produtos que possam irritar a pele, como sabonetes ásperos ou escovas de banho.
  • Não use roupas feitas de material que coçam, como lã.
  • Evite banhos quentes.
  • Evite roupas apertadas ou que causem fricção.
  • Evite esportes com muito contato físico, como lutas, por exemplo.
  • Não risque sua pele. Não “brinque” com a doença, fazendo desenhos na pele.
  • Mantenha a pele bem hidratada, com hidratantes, cremes ou óleos apropriados.
  • Evite estresse e tente dormir pelo menos 7 a 8 horas por noite.
  • Banhos de sol de manhã ou no final da tarde costumam ajudar.

Tratamento

No dermografismo simples, como o paciente não tem sintomas, o tratamento é basicamente de prevenção, com as medidas citadas acima.

No dermografismo sintomático, o tratamento depende da intensidade da coceira e da vontade do paciente. Muitas vezes, apenas as medidas de prevenção já são suficientes para controlar a doença.

Anti-histamínicos em comprimidos, como hidroxizina, difenidramina, fexofenadina, dexclorfeniramina, loratadina ou cetirizina, são boas opções para reduzir a coceira.

Nos casos mais severos de dermografismo sintomático, o omalizumab, um anticorpo monoclonal recombinante humanizado contra imunoglobulina E (IgE), tem sido usado com sucesso.

Dúvidas comuns

Quem tem dermografismo pode fazer tatuagem?

Não há literatura médica disponível sobre o assunto. Relatos anedóticos, porém, sugerem que não há maiores problemas.

Em princípio, a tatuagem não provoca nenhuma reação mais grave, mas nos pacientes com dermografismo sintomático ela pode ficar bem pruriginosa, principalmente nos primeiros dias.

Alguns pacientes relatam que a tatuagem pode se tornar um ponto de frequente coceira, mesmo meses ou anos após a realização da mesma.

O ideal é consultar um dermatologista e tomar anti-histamínicos antes e durante alguns dias depois da tatuagem.

Homeopatia ajuda do dermografismo?

Não há evidências científicas de que a homeopatia seja superior ao placebo.

Existe dieta específica para quem tem dermografismo?

Não, não há nenhum estudo que aponte alguma dieta que seja benéfica ou prejudicial.

Dermografismo é contagioso?

Não, não existe risco de transmissão.

Referências

  • Evaluation of patients with symptomatic dermographism –
    Journal of the European Academy of Dermatology and Venereology.
  • Uma visão diferenciada no manejo do dermografismo – Associação Brasileira de Alergia e Imunologia.
  • Dermographism: a review – Journal of the American Academy of Dermatology.
  • Physical (inducible) forms of urticaria – UpToDate.
  • Dermographism Urticaria – Medscape.
  • Goldsmith LA, et al., eds. Urticaria and angioedema. In: Fitzpatrick’s Dermatology in General Medicine. 8th ed. New York, N.Y.: The McGraw-Hill Companies; 2012.

Autor(es)

Dr. Pedro Pinheiro

Dr. Pedro Pinheiro

Médico graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com títulos de especialista em Medicina Interna e Nefrologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), Universidade do Porto e pelo Colégio de Especialidade de Nefrologia de Portugal.

 

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