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Direto de Brasília

Deputado Emanuelzinho critica falta de diálogo e questiona: “Qual é o critério?”


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O deputado federal Emanuel Pinheiro Neto, o Emanuelzinho (PTB), fez críticas ao ministro da Educação, Abraham Weintraub, durante longa sabatina realizada na Câmara dos Deputados, na tarde da última quarta-feira (15).

Emanuelzinho cobrou transparência do Ministério em relação ao decreto do Governo Federal, que bloqueia mais de R$ 29 bilhões em gastos no Orçamento, sendo a Educação a área mais atingida (R$ 5,83 bilhões em cortes).

O parlamentar sugeriu, por exemplo, que não houve critérios técnicos para o contingenciamento e que o mesmo foi realizado por mero “chute”.

“Qual foi o critério técnico desses 30%? Ou foi mero chute? Houve algum planejamento que o senhor possa disponibilizar para essa Casa, para dar transparência para o País? Quais foram os critérios escolhidos para que o investimento e o custeio fossem contingenciados nesses percentuais?”, questionou o deputado, em pronunciamento na tribuna.

Qual foi o critério técnico desses 30%? Ou foi mero chute? Houve algum planejamento que o senhor possa disponibilizar pra essa Casa, para dar transparência para o País?

Segundo ele, as informações precisam ser apresentadas de forma clara aos responsáveis pelas instituições, de modo que eles possam ter uma perspectiva do tempo que terão que lidar com esse contingenciamento.

“A maneira como o diálogo vem sendo feito com as instituições [federais] está muito aquém daquilo que exige um assunto complexo, um assunto técnico e que envolve o futuro da educação como um todo”, disse.

“Qual a dificuldade, qual o receio de chamar essas universidades, os reitores, para conversar? Qual seria a dificuldade em mostrar o que estão querendo contingenciar? Às vezes, o planejamento que a gestão da universidade faz não suporta esse contingenciamento. Gestão não se faz com ideologia. Gestão se faz com planejamento, com critérios técnicos”, acrescentou o parlamentar.

Além disso, o deputado Emanuelzinho disse que, da forma como o debate vem sendo conduzido, dá-se a impressão de que as universidades se resumem um espaço para festas universitárias.

“Algumas informações, da maneira como estão sendo transmitidas, como estão sendo expostas a população, passam a impressão de que a universidade federal – seja do meu Estado de Mato Grosso ou de qualquer outro do País -, é permeado de pessoas que passam parte do tempo fazendo festas e não se dedicando a pesquisas, a inovação, ao estudo e dedicação para o progresso intelectual do Brasil”, criticou.

Também na avaliação do parlamentar, há muitas informações divulgadas sobre o assunto que não correspondem à realidade das instituições federais.

“A impressão que se tem é que as universidades são compostas – em considerável parte – por cidadãos que tem renda de R$ 15 mil, R$ 20 mil. Quando na verdade é o contrário. Dados do meu Estado, por exemplo, mostram que 2/3 dos alunos são cidadãos que vivem com uma renda mensal de, no máximo, 1,5 salário mínimo”, exemplificou.

“Essa discussão é algo que falo ao ministro como uma sugestão de alguém que quer ver o Governo caminhar bem”, finalizou.

Ciência econômica é ciência econômica. Se você tiver uma infecção, você tem que tratar com remédio, com medicina. Se você tratar com vodu não dá certo

“Ciência econômica”

Durante a sabatina, o ministro Abraham Weintraub afirmou que o contingenciamento é de 3,5% e foi feito com base em planejamentos do ministério da Economia, sob o comando do ministro Paulo Guedes.

“O ministro Paulo Guedes – um dos mais brilhantes economistas do mundo – está fazendo o que tem que ser feito. Ciência econômica é ciência econômica. Se você tiver uma infecção, você tem que tratar com remédio, com medicina. Se você tratar com vodu não dá certo. A gente está aplicando o que a ciência manda. A gente já tentou fazer coisa errada durante 20 anos, não deu certo”, disse.

O ministro disse ainda concordar com a declaração do deputado de que as universidades, em sua maioria, são compostas por estudantes de classe mais baixas.

Até em função disso, Weintraub disse ser contrário à cobrança de graduação nas universidades federais.

“Aluno não tem que pagar graduação. Sou contra. Sei que maioria é pobre e não consegue entrar. Então, não quero mexer nisso, não está nas nossas propostas mexer nisso. O que a gente quer é arejar. A universidade poder ter um patrono como lá fora. Por que uma grande organização como Rede Globo não pode ser patrona da Universidade Federal do Rio de Janeiro ou Universidade Federal Fluminense?”, questionou.

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