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Denúncias de ameaças contra a mulher crescem em Cuiabá; donas de casa e desempregadas são as maiores vítimas de violência doméstica


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Um relatório da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher de Cuiabá aponta aumento no número de registros de ameaças contra mulheres, em 2020, em relação a 2019, e diz que as donas de casa, autônomas e desempregadas são as maiores vítimas de violência doméstica, na capital.

Por dependerem do cônjuge, os resquícios de patriarcado são demonstrados no relatório. O parceiro sente que possui mais poder sobre a mulher, já que ela não possui um emprego ou fica mais tempo em casa.

Em geral, as denúncias feitas à Delegacia da Mulher de Cuiabá caíram cerca de 32%. A Polícia Civil atribui à queda à pandemia e não considera que houve redução nos casos de violência doméstica, apesar de terem sido realizados 2.061 atendimentos a vítimas na unidade especializada em 2019 e mais de 3 mil em 2019.

Crescem as ameaças

No ano passado, 62% das mulheres que procuram a delegacia denunciaram serem ameaçadas por ex-maridos e ex-namorados, e, em 2019, esse índice era de 58,9%.

O número de queixas de ameaças representa 1.281 ocorrências das 2.061 que a delegacia registrou no ano de 2020. De acordo com o levantamento, a necessidade de ficar em quarentena da pandemia da Covid-19.

A dificuldade para ter acesso aos canais de denúncia também aumentou na pandemia. Em 2019, 3.022 mulheres fizeram denúncias na delegacia. O levantamento explica que no ano de 2020 este número de casos de violência doméstica deve ser ainda maior devido à dificuldade em denunciar.

Os bairros em que tiveram maiores ocorrências das vítimas foram os mais afastados do Centro da cidade, como o Pedra Noventa, Dom Aquino Doutor Fábio Leite, Tijucal, CPA 4 e Jardim Imperial.

O estudo ainda aponta o perfil das vítimas e dos suspeitos. Categorias como a faixa etária, escolaridade, cor e tipo de vínculo foram analisados no relatório.

Perfil das vítimas

De acordo com os dados, 37% das mulheres que sofrem algum tipo de violência são solteiras e, em segundo, mulheres casadas com 18,8%. Essas mulheres chegam a conviver com companheiros que depois de alguns meses ou anos passam a demonstrar agressividade.

O maior número de denúncias é contra ex-companheiros ou ex-cônjuges que ameaçam e perseguem as mulheres.

Mulheres com faixa etária de 35 a 45 anos são as que mais registram denúncias, 53% possuem cor parda e 41% possuem ensino médio completo.

Perfil de suspeitos

Os autores dos crimes de violência doméstica possuem entre 35 a 49 aos, compondo 50% dos casos registrados.

A maioria possui o ensino médio completo e estava desempregada. Autônomos e pedreiros estão empatados nas estatísticas com 96 homens denunciados, ou seja, 4,6% dos casos.

G1.globo.com

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