Agronegócios
Da porteira para dentro, Mato Grosso soma mais de R$ 69,5 bilhões em 2018
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O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de Mato Grosso finalizou o ano com uma estimativa de R$ 69,54 bilhões, aumento de 9,1% ante a 2017, com os destaques na atividade do algodão – devido à maior produção – e na bovinocultura de corte, em virtude do aumento no abate de bovinos.
O balanço foi divulgado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), que revisou os dados em dezembro, por meio da publicação de sua quinta estimativa do VBP. Esse indicador afere a economia gerada no campo dentro da porteira, considerando os volumes produzidos e as médias de preços apuradas para cada cultura. O Imea considera na agricultura a soja, o milho, o algodão, a cana-de-açúcar, o arroz, produtos florestais e o girassol. Na pecuária são acompanhados o boi, o suíno, as aves e o leite. Juntos, agricultura e pecuária dão o VBP estadual. Em 2018, dos mais de R$ 69 bilhões apurados no campo, R$ 53,78 bilhões vieram da agricultura/florestas e outros R$ 15,75 bilhões da pecuária.
Entre as culturas, a soja segue como a maior renda no Estado. Sozinha somou mais de R$ 33,83 bilhões. Na pecuária, a atividade que contabilizou a maior receita do ano foi a bovinocultura com saldo de R$ 12,60 bilhões.
Os analistas do órgão destacam que na comparação entre quarta e a quinta estimativa (penúltima com última), o VBP da agricultura registra variação de -0,7% perante a estimativa passada, impactado pela redução no VBP de soja e milho, que apresentaram menores preços de comercialização nos últimos meses. Já o VBP da pecuária ficou próximo da estabilidade (-0,1%), o crescimento ocorrido no VBP de aves, suínos e leite, ponderou para que não houvesse uma queda maior, visto que a bovinocultura de corte, que detém da maior participação no VBP da pecuária, decresceu 1,2%.
2019 – o Imea trouxe ainda as primeiras projeções para a nova safra. O VBP se mostra mais positivo e deve fechar o novo ciclo agropecuário com alta. Está estimado em R$ 74,19 bilhões, elevação de 6,7% no comparativo com 2018.
“Na agricultura, a cultura do algodão obteve o maior destaque, apresentando crescimento de 28,6% em seu VBP, se comparado ao ano anterior. A expectativa de safra recorde e preços maiores (dólar e mercado internacional) foram fatores preponderantes para esse aumento. No VBP da pecuária, as atividades da suinocultura, bovinocultura de leite e bovinocultura de corte, contribuíram para um aumento de 7,4%, com expectativa de aumento no abate de animais e na produção de leite”.
Ainda como avaliam os analistas, para esse novo ano a expectativa é de que a economia brasileira avance ainda mais, dando continuidade ao quadro de recuperação gradual da atividade econômica, empregos e consumo das famílias. “Segundo o relatório Focus, a previsão é de um crescimento econômico por volta de 2,53%. Apesar das boas perspectivas, o aumento da confiança dos investidores e a aceleração da aplicação de investimentos diretos no país estarão ligados à capacidade do novo governo em controlar as despesas públicas, em meio a um rápido aumento da dívida e forte crescimento das despesas obrigatórias, bem como aprovar reformas estruturais, como a da previdência. Quanto ao câmbio, com os riscos de execução das reformas e um contexto global desfavorável (guerra comercial entre os EUA e a China), este é projetado a patamares de R$ 3,80/US$, segundo o relatório Focus”, argumentam.
Reforçando os dados que embasam as perspectivas para o VBP de Mato Grosso em 2019, as perspectivas são de uma safra recorde para o algodão e boas safras para a soja e o milho, além de projeções favoráveis para o abate de aves e bovinos de corte.
AINDA SOBRE 2018 – O estoque de empregos do agro em Mato Grosso fechou o ano de 2018 com um crescimento de 8,2%. A maior responsável por esse resultado foi a atividade de cultivo de soja, que apresentou saldo positivo de 6.094 contratações no ano.
A cesta básica em Cuiabá obteve uma elevação de 4,3% em 2018 se comparado ao ano passado. Esse aumento foi resultado da alta dos alimentos, com destaque para o tomate, cujo valor médio se encontra 25% maior no comparativo com o ano anterior.