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Mato Grosso

Criada em 70, UFMT é destaque em pesquisas que beneficiam o agronegócio e a preservação das aldeias indígenas


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A história da capital e de mato grosso quando se fala em cultura, conhecimento e desenvolvimento, podemos dividi-la em dois momentos: antes e depois da Universidade Federal (UFMT). A instituição foi criada no dia 10 de dezembro de 1970. No ano que vem, ela completará 50 anos.

O professor Gabriel Novis Neves foi o primeiro reitor da UFMT. E geriu a instituição entre os anos de 1971 e 1982. Ele lembra que o primeiro sinal para trazer um curso superior para mato grosso, ocorreu em 1808.

“Foi criada então, a Escola de Medicina, em Vila Bela da Santíssima Trindade [1ª capital do estado], mas não deu certo. Entretanto, a ‘semente’ da educação superior vigorou em Mato Grosso”, lembrou ele.

Segundo ele, na metade do século XIX, foi criada uma faculdade estadual de direito. Mas, também não durou muito tempo. Quando esse curso de direito retornou, já foi como federal.

O professor Gabriel foi secretário de estado de Educação na década de 60 e participou do processo de implantação da UFMT. O ex-reitor guarda lembranças curiosas da época, como um encontro que o então governador Pedro Pedrossian e ele tiveram com o então ministro da Educação Tasso Dutra, no Rio de Janeiro. Esse encontro foi no dia 13 de agosto de 1969.

“O governador disse para o Ministério que era 13 de agosto, dia do aniversário dele e que, de presente, ele queria a criação da Universidade Federal em Mato Grosso”, contou o professor.

Números

Atualmente, a UFMT tem 108 cursos de graduação, 66 cursos de pós-graduação e 48 programas de mestrado e doutorado.

De acordo com o vice-reitor, Evandro da Silva, a UFMT é um das pioneiras da educação à distância no estado.

“Naquela época, o ensino a distância era feito com o apoio de material didático, fitas cassetes e vídeos, depois os professores iam até as cidades polos para orientar os estudantes”, explicou.

Estão matriculados na graduação 22 mil alunos e outros 2 mil na pós-graduação.

Além da sala de aula de extensão, a pesquisa é uma das bandeiras defendidas pela instituição. Recentemente, os pesquisadores da UFMT solicitaram ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial um registro de patente para um produto desenvolvido nos laboratórios do Campus de Cuiabá.

Pesquisa

Os pesquisadores desenvolveram um novo larvicida para combater o aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue, zika e shikingunya.

O professor Lucas Campos, contou que, para chegar ao resultado foi preciso um grande trabalho de planejamento e execução e que envolve uma equipe com a participação de vários pesquisadores.

“O produto foi resultado de uma dissertação de mestrado de um aluno do programa de pós-graduação em química”, destacou o professor.

É um produto que não agride o meio ambiente e mata a larva do mosquito em pouco tempo, explicou o professor Marcos Antônio Soares.

“A solução mata rapidamente larvas do mosquito e não afeta outras organismos na área e dura, no mínimo 30 dias”.

Outro destaque dos projetos de pesquisa são os planos de saneamento que a UFMT executa para os municípios do estado.

“Os municípios solicitam que os pesquisadores da área de saneamento básico da UFMT desenvolvam o plano para essas localidades. Já foram feitos 108 planos”, afirmou o vice-reitor.

Os núcleos de pesquisa da universidade também desenvolvem estudos que beneficiam o agronegócio, a abertura de novas áreas e preservação da cultura indígena.

Cultura

O teatro localizado dentro do Campus de Cuiabá é um símbolo da cultura de mato-grossense. Foi inaugurado em 1982, com participação da atriz Tônia Carrero e a apresentação da peça Macunaíma, na estreia. A peça de Mário de Andrade foi interpretada pelo grupo Pau-brasil.

Macunaíma foi considerada pelos críticos, uma obra-prima do teatro nacional e percorreu 20 países.

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